sexta-feira, 22 de maio de 2009

Pelo amor de Deus!

Depois do padre Marcelo, ter de aturar agora este tal de padre Fábio de Melo,"malhado de academia" é dose demais, não?
Arrrgghhh! (ânsias de vômito).Meu "santo" não cruzou e, para mim , é mais um lançamento comercial da "Plim-Plim" através de sua gravadora, visando o público católico e evangélico,(de mulheres mal amadas, que possam idolatrá-lo) pois não fazem outras coisas nos intervalos comerciais da Globo, a não ser promoverem "cânticos religiosos" ou "coletâneas sertanejas", as quais são bem melhores.
Até o "materialista" e de "esquerda festiva" Jô Soares , teve de se curvar aos interesses de sua empregadora e "tratar bem" dele agorinha , em seu programa, aprovando e estimulando-o.
O que não faz o poder do dinheiro até sobre certas pessoas que todos pensavam ser mais "imparciais" e críticas, não é?
O "gordo" precisa de grana para comer...

PS:o "esquerdista, materialista e intelectual Jô Soares, "pediu a benção" do padre Fábio de Melo!
KKKK! Que vergonha "gordo imbecil" e danoso, por tudo que diz e divulga!

19 comentários:

Anônimo disse...

a muito tempo parei de ver o gordo que idolatarva qdo era do sbt e dps na globo ja era, ñ acho graça e nem gosto + , nem vejo , virou um asko igual a emissora , lembra da quele vj da mtv qdo foi pra globo ? o case , sumiu , perdeu a identidade e dps voltou pra mtv e e o maior sucesso, e assim que e a globo despersonaliza qualquer um, e na verdade uma grande MERDA E PODRIDÃO dos dias de hj, qdo e q essa bosta e tda sua podridão vai sumir do mapa de vez ? ask!

Sol disse...

Bom dia Homero!


Hoje tem nota triste:

Faleceu Zé Rodrix,ainda não divulgaram a causa da morte,e justamente essa semana voce comentou sobre ele, e a pessoa que era.


Vamos ao post:

Gostaria de saber de onde surgiu o padre Fábio de Melo,só sei que é mineiro, quanto ao comportamento, é muito diferente do padre Marcelo,eu o acho bonito, porém é antipático e convencido, soube que, quando convidado de algum programa,seleciona com antecipação, as perguntas que poderão ser feitas a ele, quer dizer, se protege de todos os lados,tudo é previamente combinado.
Não é espontaneo,muito ensaiadinho para meu gosto.

Não sei se é "criatura" da Globo, mas entendo que é necessário haver um contraponto, principalmente nos meios de comunicação a essa invasão das igrejas evangélicas, e seus pastores, que vendem "terrenos","casas" e "apartamentos" no céu.
E isso só é possível se a igreja católica, demonstrar aceitar mudanças e modernidade.

Sabemos que normalmente as mulheres são as mais "devotadas" então,nada melhor do que "levar a palavra de Deus", dentro de uma bela estampa.

Solange

Nininha disse...

Homero, esse padre tem aparecido em vários programas da plim, Plim como vc diz. Ele está na moda, bonito, jovem, saradão e tem "fé". Exitem poucos padres, então se aparece um assim com esses atributos, ficam expostos na mídia, como se dissessem, ainda existem pessoas com vocação. A igreja católica perdeu muito de seus fiés,então mudaram, as missas se tornaram mais alegres, são cantadas, quase não vou, mas gosto, me considero uma católica, q aceita outras doutrinas, quanto a plim plim, quando se é notícia, ela nos dá um porre. quanto a tirar férias é seu direito, mas sumir, nunquinha, vc já faz parte de nossos dias.

Nininha disse...

Hiii, Homero, acabei de ler uma notícia q me deixou muito triste, e sei q vai deixar vc também, morreu Ze Rodrix, se foi o autor de "nossa" Casa no Campo. Tõ, triste. ONDE EU POSSA, PLANTAR MEUS AMIGOS... MEUS DISCOS E LIVROS, E NADA MAIS...

Anônimo disse...

Homero

Nem toda mulher católica ou evangélica é mal-amada, nem todo cristão engoli esse tipo de coisa.

Ana Maria disse...

Tenho que discordar Homero pois conheço Pe.Fabio antes de ordenação.Ele tem o programa as quinta na Canção Nova e onde ele faz show parte da renda fica na cidade geralmente fica entre propria comunidade Canção Nova e outra.Quem assiste Pe.Fabio sabe de todos problemas que ele tem por o mesmo não nega.Qto academia além da saúde ele tb precisa como Pe.Marcelo Rossi tem problema sérios na coluna e agora coração.
Tem tantos padres como Pe.Fabio bonitos como e cultos tem os leigos consagrados que não ganham nda com venda de cds,dvds e livros toda a renda vão para suas comunidades.
Canção Nova tem despesas de + 16 milhões todos os meses sabe como? Tudo na providência de Deus e de seus sócios não tem propagandas comercias. Meios de comunicação já com 35 anos começou com rádio.Reconhecida no ano passado pelo Papa.Seu carisma evangelizar emtodos os meios de comunicação.
Igreja Católica é alegre e viva graças jovens sacerdotes como Pe.Fabio,Pe.Marcelo,Pe.Claudemir Moreira,Pe.Roger,Pe.Augusto,Pe.Paulinho Diacomo Nelsinho Correia etc Sem esquecer Pe.Jonas Abib fundador da Canção Nova.Ser canção nova é bom d+.

Homero Moutinho Filho disse...

O próprio padre Fábio, em entrevista no programa do Faustão, declarou que, agora somente uma pequena parte que sobra vai para a caridade, porque ele tem de manter todo um esquema de músicos,empregados e técnicos para os seus shows e gravações.

Como intérprete ele não pode ganhar mais do que 10% de cada disco vendido. Portanto, quem lucra é a Globo, através da sua gravadora Som Livre.

Sacerdócio é vocação.
Quem quiser ser cantor ,que largue a batina e vá cantar músicas religiosas.

Homero Moutinho Filho disse...

Mais tarde postarei algo sobre o Rodrix.

Anônimo disse...

Sacerdócio é vocação.
Quem quiser ser cantor ,que largue a batina e vá cantar músicas religiosas.


Concordo, sacerdócio é vocação. Mas evangelização é oportunidade, cada um evangeliza como pode, da forma que pode, se cada padre que lança CD fosse largar a batina porque é cantor, a renovação carismática não prosperaria, já dizia Santo Agostinho "O que canta, reza duas vezes”. Esclareço ainda que a maioria das músicas do padre Fabio já eram conhecidas por quem acompanha ele, com a Som Livre ganhou mais visibilidade, já que a gravadora está atuando na distribuição. É um convenio, e na esteira deste vem outra grande cantora catolica chamada Adriana, que vai relançar CD pela gravadora Som Livre.

Ana Maria disse...

Os cds antigos gravados na CN não são.
Para Som Livre foi Pe.Fabio e Adriana que ajuda CN mais não são da comunidade.
Quem quiser conhecer Pe.Fabio é assistido como neste final de semana no Kairós.Com tb Gabriel Chalita.
“Vencendo os medos, conquistando vitórias”

Anônimo disse...

Homero nãoo e nãooo mexa com esse, gato do padre Fábio de mello ele é colírio para mulherda. Era, bom a igreja rever padre não poder casar e namorar fala sério um, desperdício homem daquele em abstinencia. A religião e Deus não tem nada haver proibir sexo. Quem criou sexo foi Deus. Colíriooo, esse moreno antos outros muitos as vezes ficam na moita caindo eme "tentação"

Anônimo disse...

O Padre Fábio de Melo é um sacerdote que através do seu sim a Deus se dedica inteiramente ao próximo, nos apresentando um novo jeito de ver a vida.

FÁBIO DE MELO É POETA, MÚSICO, COMPOSITOR, ESCRITOR, PROFESSOR, HUMANO D+.

Pe. Fábio nos direciona espiritualmente todas as quintas-feiras na TV Canção Nova (em SP canal 50 UHF) no programa Direção Espiritual das 22:30 às 23:30 hs com reprise aos sábados 20:00 hs e na madrugada de segunda 1:00 hs

Se você quer conhecer um pouco mais do Padre Fábio de Melo, até mesmo para ter fundamentos para criticar, e não apenar por simples pré conceito, já ir atirando pedras acesse:

www.fabiodemelo.com.br

Neste blog que se chama "Eu e o Tempo", talvez irão entender, que ser bonito, e gostar de cuidar de sua saúde, não o invibializa de ser um Padre que usa todos os dons que Deus lhe deu como compor,cantar e escrever para envangelizar e falar mais de Jesus.

Neste blog tem vários textos escritos por ele, como por exemplo a " A graça de ser só".

E JESUS CRISTO E NOSSO SALVADOR E ÚNICO SENHOR.

Anônimo disse...

27/11 A graça de ser só
Ando pensando no valor de ser só. Talvez seja por causa da grande polêmica que envolveu a vida celibatária nos últimos dias. Interessante como as pessoas ficam querendo arrumar esposas para os padres. Lutam, mesmo que não as tenhamos convocado para tal, para que recebamos o direito de nos casar e constituir família.

Já presenciei discursos inflamados de pessoas que acham um absurdo o fato de padre não poder casar.

Eu também fico indignado, mas de outro modo. Fico indignado quando a sociedade interpreta a vida celibatária como mera restrição da vida sexual. Fico indignado quando vejo as pessoas se perderem em argumentos rasos, limitando uma questão tão complexa ao contexto do “pode ou não pode”.

A sexualidade é apenas um detalhe da questão. Castidade é muito mais. Castidade é um elemento que favorece a solidão frutuosa, pois nos coloca diante da possibilidade de fazer da vida uma experiência de doação plena. Digo por mim. Eu não poderia ser um homem casado e levar a vida que levo. Não poderia privar os meus filhos de minha presença para fazer as escolhas que faço. O fato de não me casar não me priva do amor. Eu o descubro de outros modos. Tenho diante de mim a possibilidade de ser dos que precisam de minha presença. Na palavra que digo, na música que canto e no gesto que realizo, o todo de minha condição humana está colocado. É o que tento viver. É o que acredito ser o certo.

Nunca encarei o celibato como restrição. Esta opção de vida não me foi imposta. Ninguém me obrigou ser padre, e quando escolhi o ser, ninguém me enganou. Eu assumi livremente todas as possibilidades do meu ministério, mas também todos os limites. Não há escolhas humanas que só nos trarão possibilidades. Tudo é tecido a partir dos avessos e dos direitos. É questão de maturidade.

Eu não sou um homem solitário, apenas escolhi ser só. Não vivo lamentando o fato de não me casar. Ao contrário, sou muito feliz sendo quem eu sou e fazendo o que faço. Tenho meus limites, minhas lutas cotidianas para manter a minha fidelidade, mas não faço desta luta uma experiência de lamento. Já caí inúmeras vezes ao longo de minha vida. Não tenho medo das minhas quedas. Elas me humanizaram e me ajudaram a compreender o significado da misericórdia. Eu não sou teórico. Vivo na carne a necessidade de estar em Deus para que minhas esperanças continuem vivas. Eu não sou por acaso. Sou fruto de um processo histórico que me faz perceber as pessoas que posso trazer para dentro do meu coração. Deus me mostra. Ele me indica, por meio de minha sensibilidade, quais são as pessoas que poderão oferecer algum risco para minha castidade. Eu não me refiro somente ao perigo da sexualidade. Eu me refiro também às pessoas que querem me transformar em “propriedade privada”. Querem depositar sobre mim o seu universo de carências e necessidades, iludidas de que eu sou o redentor de suas vidas.

Contra a castidade de um padre se peca de diversas formas. É preciso pensar sobre isso. Não se trata de casar ou não. Casamento não resolve os problemas do mundo.

Nem sempre o casamento acaba com a solidão. Vejo casais em locais públicos em profundo estado de solidão. Não trocam palavras, nem olhares. Não descobriram a beleza dos detalhes que a castidade sugere. Fizeram sexo demais, mas amaram de menos. Faltou castidade, encontro frutuoso, amor que não carece de sexo o tempo todo, porque sobrevive de outras formas de carinho.

É por isso que eu continuo aqui, lutando pelo direito de ser só, sem que isso pareça neurose ou imposição que alguém me fez. Da mesma forma que eu continuo lutando para que os casais descubram que o casamento também não é uma imposição. Só se casa aquele que quer. Por isso perguntamos sempre – É de livre e espontânea vontade que o fazeis? – É simples. Castos ou casados, ninguém está livre das obrigações do amor. A fidelidade é o rosto mais sincero de nossas predileções.fabiodemelo.com.br - © 2003/2009 - todos os direitos reservados

Homero Moutinho Filho disse...

Esta explicação sobre celibato e castidade eu gostei e aprovo. Só resta saber se se aplica somente em relação ao sexo oposto, porque o que tem de homossexual na Igreja, não é mole.
Estudei e me formei em escolas de padres fora uma e universidade; PUC-RJ.
Sei do que estou falando e o que poucos sabem.

O que faltou ele dizer, ou talvez nem saiba, é a razão oculta do voto de castidade que tem raízes nos antigos judeus "essênios", depois copiada pela Igreja.

A função hoje esquecida é o poder de cura, pelo controle e aplicação desta energia represada por meio da Yoga Kundalini, assim como Jesus e os apóstolos faziam.

Anônimo disse...

22/01 Meu Ofício - Complemento

Meu ofício. Mão sobre a testa traça o santo sinal da cruz. O pecado perdoado nos recorda o poder terapêutico da palavra. Deus não desiste de nós. É tão lindo pensar assim. Melhor ainda é sentir. Eu imagino. Por trás da fórmula sacramental há sempre uma tentativa de dizer - "Meu filho, volte a se amar! A cama está pronta. Sua mãe deixou tudo do jeito que você prefere. Por que dormir na sarjeta?"

Meu ofício. Eu, padre! Só isso. Querendo o direito de cuidar das minhas olheiras sem que isso pareça um crime. Querendo cantar a palavra de Jesus com a mesma qualidade com que cantam os românticos do mundo suas desilusões desamorosas. Eu, padre. Filho da Canção Nova, filho das Paulinas, filho dos padres do Coração de Jesus...

Meu ofício. Minha oração rezada nas atitudes concretas de minha humanidade. Minha missa silenciosa, sem alardes, sem fotografias. Meus encontros. Sorrisos que me tocam. Pessoas envelhecidas que me devolvem juventude. Olhares que me transformam. Cartas que relatam a visita que receberam de Deus, pela força de meu ofício. Moço que me conta entre lágrimas que deixou as drogas depois de ter lido um livro que escrevi. Evangélica que me escreve emails dando conselhos que acolho como direção espiritual. Amor, zelo que chega pelos caminhos inusitados da virtualidade. Criança que fica com os olhinhos brilhando porque viram o padre da propaganda que aparece na TV. Time de futebol composto por um grupo de rapazes nada convencionais, e que o canal de TV especializado em esportes anuncia - Filho do céu. O reporter perguntou a razão do nome. A resposta veio direta - Por causa de um padre que a gente gosta!

Por tudo isso e muito mais, eu não desisto. É meu ofício.fabiodemelo.com.br - © 2003/2009 - todos os direitos reservados

Anônimo disse...

26/03 Quinta, um poeta de primeira.
O nome dele é Marcelo Quintanilha. Os amigos o chamam de Quinta. Ele chegou em minha vida há quase uma década. Veio no formato de um cd. A...

Ele chegou em minha vida há quase uma década. Veio no formato de um cd. A voz bonita, afinada e levemente tocada por uma rouquidão charmosa me chamou atenção.

A voz não cantava qualquer coisa. Cantava versos tocados por sensibilidade rara. O cd começava com esta preciosa expressão: "Tava com dó de mim. Tava só, tava sim, tava em São Salvador. Tava são, mas não salvo da dor. Que não deixava eu só, tava assim como um nó, um nó dentro de mim.”

Foi uma descoberta surpreendente. Em pouco tempo as músicas de Marcelo Quintanilha estavam todas ressonantes dentro de mim. O cd se se tornou meu prazer diário, e também minha recomendação aos amigos que sei que apreciam a boa música popular brasileira.

O tempo passou. Tentei descobrir tudo o que pude sobre o jovem compositor. À distância, mesmo sem saber, o Quinta me redimia com sua arte. Não foram raras as vezes que sua música me fez viver a mesma experiência dos versos que citei, de me deixar são, mesmo nos braços da dor. A arte nos alivia o peso da vida. Ela é mãe que recobre o filho com proteção delicada, para que o peso da vida não venha nos danificar as feições.

A arte tem o dom de expiar pecados. Ela nos devolve a coragem no momento em que a fragilidade insiste em soprar em nossos ouvidos a frase da desistência, do abandono da luta.

Nada neste mundo é por acaso. No mês passado, tive o imenso prazer de conhecer Vânia Abreu, uma das vozes mais bonita que a Bahia já nos ofereceu. Irmã de Daniela Mercury, Vânia traz na alma a mesma força da irmã, só que resolveu colocar a força nos caminhos do canto calmo. Sua opção musical lhe fez cantar de maneira preciosa os sentimentos do mundo, e com a mesma competência e vigor de Daniela, Vânia empresta a alma à música, em outros formatos.

Minha surpresa foi grande. Vânia era esposa de Marcelo, o Quinta que me fez são, mas não salvo da dor.

Parte
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Anônimo disse...

Complemento - Quinta Um Poeta de Primeira


De um encontro nasceu o outro. Quando dei por mim estava na casa do casal, que na sonolência de uma madrugada me recebeu para um jantar. À porta estavam eles. A dona da voz e o dono da música. Donos de tantas coisas. Donos de tantos dons, de tantos mistérios, de tantos encantos, de tantos sonhos.



Eu me senti um menino em noite de Natal. O presente era grande demais para ser aberto de uma vez só. Estava diante de Quintanilha, o compositor que foi divisor de águas no oceano de minha musicalidade. Estava diante da voz rouca, aprimorada, do administrador dos versos que tantas vezes me devolveu o dom de sofrer de alegrias.



Era quarta feira, mas ele já era “Quinta”. Um homem à frente de seu tempo. Uma sensibilidade à frente de todas as outras. Um homem, compositor, pai, amigo, cantor que já pisa o chão da primavera, mesmo quando o frio nos abate.



Ele, Quinta de tantos quintais. Quinta de tantas semanas. Quinta de tantos quintetos!



Ele e a mística da quinta-feira santa, momento em que Cristo lava os pés de seus discípulos e os oferece a eucaristia como sacramento da continuidade.



Marcelo Quintanilha é homem eucarístico. Ele se reparte o tempo todo e se oferece como alimento para a humanidade. Basta chegar perto. Sua arte é seu ofício. É nele e através dele que o Quinta se desdobra em meses e anos. Duração de um tempo que não cabe no tempo, porque pertence à ordem de tudo o que nos toca e nos faz esquecer que o relógio existe. Na canção "Nina" ele canta a alegria de ver a filha chegar. Eu ouvi a canção naquela madrugada, no improviso de voz e violão, e mesmo sem nunca ter experimentado a paternidade biológica, pude sorver o que é a alegria de embalar um filho nos braços...



Poeta bom é assim. Ele nos dá o que nunca foi nosso. Ele é eucarístico. Ele desdobra a vida. Ele endireita os caminhos. Ele nos deixa sãos, mesmo que não estejamos salvos da dor.



Na quarta do meu tempo o Quinta chegou pra ficar.












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Anônimo disse...

22/01 Meu ofício- Primeira Parte
Este é o início de uma nova viagem. É o movimento da vida. Meu ministério se desdobra em estradas desconhecidas. Bagagens pesadas que minhas mãos não podem carregar sozinhas. Olho para o lado, peço ajuda. Desconfio, acredito, aposto no que considero ser o melhor caminho. A solidão existe. Dispenso sem saber ao certo o motivo da dispensa. Deixo ir embora, não corro atrás, e porque não corro, desaprendo de correr...

Meu ofício é breve, muito breve, quase nada diante da história da Igreja que anuncia o Cristo a quem amo. Meu ofício é controverso. Eu não sepultei algumas de minhas vaidades para ser o que sou. Eu ainda continuo acreditando que a pior de todas as vaidades é a vaidade de não ter vaidades. É a raíz torta que gera a repulsa pelo mais fraco, pelo diferente, pelo que considero pior que eu. Esta eu não quero. Nariz empinado que não permite olhar para o lado. Recuso.

Meu ofício está na vitrine. Atiram pedra os que querem. Banalizam como podem. Manchetes imensas noticiando coisas pequenas, desnecessárias. Preferem evidenciar alguns detalhes de minha condição humana.

Padre galã... Frequenta academia? Já fez plástica? Lipoaspiração? É a favor da camisinha? Tem amigos homossexuais? As perguntas não dizem respeito ao que quero anunciar.

Meu ofício. Eu sou da Igreja. Não criei uma seita à minha imagem e semelhança. Sou padre católico, apostólico, romano, vivendo no Brasil. Minha tentativa é acertar o alvo da misericórdia. Desejo de mostrar que o Evangelho é para nos tornar melhores. Gestando fraternidade, tolerância com os diferentes, abraço carinhoso que nos recorda que precisamos uns dos outros, mesmo que não tenhamos as mesmas convicções religiosas. Evangelho como proposta de aproximação, ponte com a casa do vizinho, para que a gente possa trocar medidas de café, colheres de açúcar, sorrisos ofertados enquanto lavamos a calçada em dias de sol escaldante.

Meu ofício. Minha sina de ser vitimado pela reportagem qualquer, feita pelo repórter que não sabe absolutamente nada a meu respeito, e que na responsabilidade de dizer, disse qualquer palavra...

O jornal de hoje embrulhará o peixe de amanhã. Pronto. Só assim a gente consegue voltar a dormir. Um consolo me vem do céu. Meu ofício não termina no peixe enrolado. Ele não é notícia para ser esquecida. Meu ofício tem o seu fundamento no altar da Eucaristia, lá onde a memória de Jesus é celebrada. Lá onde o canceroso aprende a morrer e o sentido da saudade é ensinado. Gente que vai, gente que fica...

Obs.
O complemento já foi acima postado.
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Anônimo disse...

21/02 Intimidade
Que seja assim! Tardes que caem para que nasçam as noites. Acordes que terminam para que a pausa prepare o som que virá. A vida e seu movimento tão cheio de sabedoria. Que seja assim! Que seja sempre assim! Esquinas que dobramos com o desejo de alcançar outras esquinas. Depois da chuva, o frescor. Tudo prepara uma forma de depois, como se o agora fosse uma passagem constante que nos conduz com seu cordão invisível. Eu vou. Vou sempre. Não sei não ir. Minha curiosidade me move para dentro de mim. Sou um desconhecido interessante. A cada dia uma nova notícia me entrego. Eu me dou em partes, como se devolvesse o que já sou, Àquele que me deu totalmente. Vivo pra desvendar. Esquinas; tardes caídas; manhãs que se levantam com o sol. Ando amando mais. Meus amigos são tantos; meus limites também. Cada vez mais padre, mais feliz. Eu sou sem medo de errar. Eu desejo a sacralidade de cada dia. Deitar no chão da existência é tão necessário. Eu me levanto mais devolvido, porque há muitas partes de mim esparramadas, caídas pelas esquinas da vida. Recolher-me é obra que faço por Deus. Estou em reformas. Deus o sabe. Ele é que tirou a primeira pedra. Tirou. Não atirou. Deus não sabe atirar. Prefere tirar. Eu deixo. Sou Dele. Quero ser sempre mais. Em partes, pra ser todo. Ele me devolve a cada dia. Eu também. Lição de casa que faço com gosto.
Vez ou outra Ele me olha nos olhos e me dita poemas. Fico tão encantado que até esqueço as palavras. Ele manda eu prestar atenção. Digo que não sei. Ele ri de mim. "Poetas são todos iguais" - conclui enquanto mexe no meu cabelo. Eu o vejo de perto, bem de perto. Por vezes sinto o desejo de lhe pedir o impossível, mas aí me falta coragem. Aí peço que me dê só o necessário. Ele me surpreende com medidas que não mereço. Fico mudo, sem saber dizer. Ele me socorre com seu sorriso. E de súbito, as palavras voltam a fazer parte de mim.fabiodemelo.com.br - © 2003/2009 - todos os direitos reservados