sexta-feira, 22 de março de 2013
Era uma vez um BBB CRAZY!
Mais um texto e análise de nossa amiga, autora e leitora colaborada deste blog; SHADOW, de quem vocês tanto apreciam suas avaliações e sínteses, do que se passa em nossos RS da vida.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ERA UMA VEZ UM BBB... CRAZY------------------------------------------------------------------------------------------
Existe um jeito de contar histórias no BBB? De se fazer uma novelinha? De recriar um conto de fadas? A perspectiva de quem é bom jogador é reconhecida pelo público?
Nesta reta final entre Fernanda, Natália, Andressa e Nasser, qual deles foi o melhor? Quem são eles de fato?
Qual o perfil daqueles que fazem parte de fãs clubes que, no calor da paixão ou da vingança, surgem no twitter exaltados e descontrolados para destruir até aliados de seus preferidos?
Não tem como entender o BBB hoje, sem entender o que envolve o jogo aqui fora. A força da net é incontestável. Condena ou absolve. Não tem meio termo ou perdão.
O BBBcrazy inovou, apostou na mistura de veteranos e novatos, talvez para atrair a audiência, talvez por acreditar que a mesmice cansa, e cansa mesmo. A curiosidade e expectativa em rever aqueles que já eram velhos conhecidos, as especulações em torno dos nomes daqueles que retornariam, foi a grande aposta e a viga mestra desta edição.
Viga que foi implodida logo nas primeiras semanas pelo público e as redes sociais. A poucos dias da final, o BBB não empolga nem emociona. Perdeu a força e a inocência.
Isso não quer dizer que Bonifácio e sua produção não tenham tentado: big fone, "entra e sai", "vai e volta", "parece mas não é",...até um amante argentino importado fora de contexto.
Por que então, apesar de todas as tentativas, o BBB não decolou como o esperado? Os participantes eram medíocres? Um ano selecionando e não houve um que se destacasse pelo carisma?
Houve participantes com potencial, sim. Mas, todos tiveram uma coisa em comum: uma enorme dificuldade de se mostrar e de se expor. Medo de errar, de “queimar o filme”, de ser eliminado com uma alta rejeição, a desistência do Bambam deixou isso bem claro. Sua saída fez a viga mestra estremecer, e enquanto os veteranos tentavam mantê-la em pé, com as mesmas trincas e imperfeições do passado, às vezes até na base da intimidação e do grito, como Maroca, os novatos, buscavam demarcar seu próprio terreno, num jogo de esconde-esconde, ao qual Natália logo se agregou.
O público, por seu lado, estabeleceu as próprias regras: não pode ser espontâneo, não pode combinar votos, não pode dizer que está lá pra jogar, não pode contar causos, não pode cometer deslizes, não pode desagradar, não pode arriscar....Os que ousaram um pouco, foram sendo eliminados. Vai entender!
Em meio a provas mal elaboradas e executadas muito provavelmente por estagiários, a grande aposta do BBB, os veteranos, foram saindo um a um, deles, restando apenas a mais inexpressiva e, certamente, a grande decepção da alta cúpula, Natália.
Dentre os que ali estão Fernanda desponta como a grande favorita ao prêmio. Enquanto as enquetes oscilavam entre preferência e rejeição à mercê das torcidas ensandecidas, ela foi montando em torno de si a fantasia da bela princesa dedicada a um prinsapo dúbio e inseguro e importunada por um bando de crianças enjoadas, sem - no entanto - nunca ter deixado de chamá-las de amigas, como fez com Kamilla. Nesse contexto, sua retórica convincente virou ouro. Sua imagem ganhou a tela, levou seu reinado para o twitter e ali ganhou força, sendo seu nome um dos mais citados nas últimas semanas. Estava traçado o caminho da vencedora.
Sua vitória poderia começar com...
Era uma vez... uma princesa falante, amiga de todos, simpática o tempo todo, em busca do olhar de seu prinsapo garboso, com o dom de julgar e condenar ao calabouço seus desafiantes.... Uma princesa com coroa de papel alumínio, ostentada como se de diamantes fosse... Uma ilusão.
Impossível, no entanto, entender a construção desse reino, sem falar de sua oponente, uma jovem de nossos tempos, sem coroa, sem estirpe e sem pudor, Andressa. Também falante, amiga de todos, sorridente o tempo todo, com o dom de não deixar uma brecha sequer para que seu jogo rasteiro fosse desmacarado. Ao seu lado, um rapaz tatuado, cabelo estranho e olhar esquisito, porém, muito mais sagaz que o prinsapo garboso. Algumas vezes, nos programas ao vivo, edições e intervenções do Bial foi tratado como um sapo, mas ele insistiu insistiu insistiu no seu jogo para o público, ganhou simpatia, torcida e acabou chegando até a ultima semana.
Na casa, Fernanda e Andressa não destoaram muito. A nada indefesa princesa e a jovem determinada construíram a ilusão de fazer todos se sentirem bem ao seu lado, e com isso irem se soltando, revelando, mostrando suas falhas e contradições, a elas e ao público. Dessa forma, as duas chegaram até aqui.
Mas, no fundo no fundo... nenhum de nós é capaz de afirmar o quanto de verdade há nos gestos, choro, amores, amizade, riso dos protagonistas desse reino. O que se viu e vê são exageros sem respaldo na realidade, muita dissimulação, casais sem liga, muito gato escondido com o rabo de fora.
A história foi contada... quem quiser que conte outra...-------------------
Shadow
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