terça-feira, 20 de julho de 2010

A mentira do ENEM!

O que importa não é a avaliação regional do nível de escolaridade e aparente vantagem escabrosa das escolas particulares. Isto é discurso da esquerda festiva pretendendo mais ações do governo, mais cotas, mais privilégios discriminadores de brasileiros igualmente pobres, etc.
Os dois primeiros colocados no exame do ENEM foram de escolas públicas, portanto, há um enorme erro de avaliação de aproveitamento escolar.
Dediquei um texto à Finlândia, destacando este país por ser o primeiro lugar em desempenho educacional e aproveitamento, pelo aspecto, no mínimo, surpreendente, das condições e recursos disponíveis para o setor, uma vez que, a maioria das escolas não possui computadores, os avisos são pregados com tachinhas em cartolina e, mesmo assim, os índices de assimilação e dedicação dos estudantes é o mais alto do mundo.
Vivi 15 anos com uma professora e convivi com este meio, percebendo os problemas e dificuldades enfrentados em nosso país.
Na Finlândia a explicação simples, dada pelos próprios professores de lá, chega a ser uma surpresa. Eles atribuem este sucesso ao nívels de respeito que os estudantes e a sociedade têm pelos professores, embora não ganhem tanto e exijam deles no mínimo 5 anos de preparação, antes de entrarem numa sala de aula, após exames duríssimos de certificação de competência. Fizessem o mesmo aqui e nenhum professor passaria nos testes.
Outra justificativa foi a de que a Finlândia é um país praticamente homogêneo em termos étnicos, não há conflitos sociais e seguem uma religião severa e rígida, a luterana, que ensina desde a infância as crianças a terem disciplina e respeito.
A Noruega tem mais ou menos o mesmo perfil, porém lá, o governo decretou por leis específicas a inclusão tecnológica, garantindo recententemente a todos os cidadãos o acesso à Internet, inclusive as escolas.
Em termos de comparação entre as explicações esclarecedoras dos finlandeses e a distante noção de que a tecnologia se traduz por aumento de desempenho, coisa defendida por nosso governo, não há como não perceber a contradição entre estes conceitos, um sem dependência de amplas e sofisticadas infraestruturas, outros que atribuem o fato do baixo desempenho intelectual ser devido ao menor contato com os avanços científicos e necessidade de inclusão.
Algumas deduções causam até um certo desconforto, como as de sempre atribuirem ao nordeste os piores resultados, como se fosse uma espécie de "estigma" insuperável, ou "incapacidade congênita",( digo isso imparcialmente, pois não tenho ascendência nordestina, mas procuro ser justo). É claro que todos sabemos das dificuldades e falta de condições das escolas públicas daquela região, porém, o problema talvez seja outro, pois também algumas escolas do sudeste , oeste e sul igualmente apresentaram índices bem baixos.
Ocorre que o ENEM não é obrigatório e, geralmente, são os alunos que mais precisam de assegurar uma vaga em universidades públicas os que mais se apresentam para tentarem este recurso avaliador de suas possibilidades de conseguirem uma chance.
Não vou deixar de reconhecer o péssimo nível dos atuais professores da rede pública nas últimas duas décadas, porém, não posso esquecer o fato de meus pais terem estudado em escolas públicas e vencido brilhantemente na vida, pelos seus méritos.
Meu pai até hoje, com 88 anos, se lembra de poemas em Inglês, Francês, Latim , domina a Matemática como poucos , etc, coisa que hoje, nem se ensina grande parte do que aprendeu, numa época áurea da década de 30, durante o governo Vargas, onde o colégio Pedro II agregava os melhores professores do país.
Na minha época, tive de prestar vestibular na PUC-RJ, com redação em Português, Inglês ou Francês, além de outras matérias hoje inexistentes. Havia prova oral discursiva e defesa de teses, ainda em primeiro estágio, não após a formatura, perante banca examinadora.
Ou seja.
Entrava e se formava quem tinha competência e conhecimento acumulado.
"Elitismo"?
Não penso assim, pois conheço promotores, médicos, jornalistas, etc, que se formaram nas piores condições econômicas, com muita luta e esforços pessoais, além de seus méritos, o que contraria a tese das cotas e necessidade de um "empurrãozinho paternalista" demagógico.
Juntem os estudantes finlandeses, que nem "inclusão tecnológica" têm suficientemente, com nossa realidade e deduzam qual explicação poderá esclarecer nossas dúvidas, pois para mim, o mais importante foi o que os professores de lá disseram sobre; ausência de grandes diferenças ou conflitos étnicos e culturais, religião rigorosa e disciplinadora e respeito ao alto nível de professores que têm de passar por um verdadeiro "vestibular avaliador" , depois de 5 anos de estudos , para poderem entrar numa sala de aula.
Aqui a coisa é mais selvagem e deletéria, pois, quando professores pedem licemça para tratamento psicológico, depois de serem ameaçados ou agredidos por "mini-vândalos criminosos" em plena sala de aula, alunos são pegos armados e as mães ainda tentam agredir as professôras, nada mais nos resta esperar, a não ser uma progressiva degenerecência e falência educacional, não somente isto, porém, social e como povo.