sábado, 16 de abril de 2011

Roberto Carlos e o seu "som do silêncio"!



Muita pena de suas rugas de sofrimento.



http://youtu.be/L-JQ1q-13Ek

Desde que postei uma segunda homenagem a um querido compositor e intérprete de minha vivência e passado artístico e musical Zé Rodrix, "pipocaram" perguntas nos comentários de textos anteriores e eu tive de relatar praticamente toda a minha vida e fornecer "links", sobre quem fui e o que fiz, antes, na juventude e até agora, em minha velhice assumida. Mas algo estava me angustiando e não era uma "nostalgia" pois isso eu jamais sentiria, uma vez que optei por abandonar este meio e carreira no meu auge. Então o que seria, que não apenas lembranças de um passado?
Não sei...mas...dormi e acordei nestas poucas horas de manhãs, não mais do que duas por dia quando posso, ouvindo uma coisa estranha; "The Sound Of Silence", como se uma voz interior dissesse; "poste algo sobre a música, poste agora...pois virá tristeza, que necessitará de amparo e força espiritual...".
Ora... depois da "ligação espiritual póstuma" com o Rodrix, lembrando suas qualidades, talentos e caráter, pensei que, talvez estivesse me deixando sugestionar pelo tema triste de seu precoce afastamento, coisa e tal, mas não era e, eu tive de responder várias perguntas, acabando por citar também minha vida universitária, na PUC-RJ e até "namoradinhas do passado, porque não tenho nada a esconder, desde que, não comprometa alguém.
E ai me veio esta notícia, mais uma a se incorporar à uma vida de tantos sofrimentos que chegam a se confundir ou superar tanto sucesso e glórias Morre a enteada (filha registrada como tal) de Roberto Carlos.
Não vou repetir o que muitos aqui já estão cansados de saber sobre a importância dele em meu passado musical, vínculos em festival, filme, trilha sonora, gravação, etc, com ele e com o Erasmo, duas pessoas de índoles e caráteres muitíssimo especiais, incluindo minha querida Vanderleia, um doce de pessoa, com quem estive conversando em seu apartamento em Los Angeles, Califórnia,em 1974, pois éramos quase vizinhos à época e antes , eu com apenas 16 para 17 anos de idade, a conheci no aniversário do Roberto Carlos, comemorando na extinta TV Rio canal 13, em minha primeira aparição numa emissora, isso lá por volta de 1966, 1967 no programa dominical do "Jair de Taumaturgo", que foi o verdadeiro autor do lançamento do Roberto Carlos na TV e não o Chacrinha.
Parece que a vida nos "ligou" de alguma maneira,embora, desde 1970, nunca mais tenhamos nos encontrado. Nem com o Rodrix, nem com o Roberto, Erasmo e Vanderleia. Eu fui morar nos E.U.A e, quando voltei, dei uma guinada de 180 graus na vida, passando a me dedicar à outras atividades fora da mídia.
Mas me lembro da enteada dele, filha da ex-esposa; Nice, porque a minha namorada na época (entre 1971 e 1972) era mãe da maior amiguinha de infância da sua filha e nós a levávamos até o apartamento dela, para passarem as tardes brincando.
Vejam que continuam os vínculos, embora eu me mantendo distante da mídia.
Jamais contei , muito menos a ele,durante estas décadas, mesmo afastados, que meus parentes em Cachoeiro de Itapemirim o socorreram, por ocasião do trágico episódio da infância dele na linha do trem. Não precisaria disso e ninguém dependia do outro nem tinha amizade, além de certas experiências e vivências do passado, eventuais, porém, suficientes para o meu julgamento sobre pessoas.
Não poderia reconhecer nas fotos do enterro, nem a minha "ex-namorada" nem a filha dela, maior amiga da filha do Roberto, mas confesso que estou triste em ver mais este baque emocional na vida de um homem que só nos trouxe boas energias, romantismo, ternura e simplicidade. Alguém que, primeiro passou por um acidente traumático e sofrimentos atrozes para uma criança, depois perdeu os pais e sua companheira amada e agora sua enteada, registrada como "filha", por quem eu sei , ele tinha um grande "xodó".
Muito triste sim, por isto e por tudo que este homem teve de suportar na vida, pois o sucesso não é nada, quando comparado com a tristeza e não resiste a dor de um sofrimento humano.
Meus sinceros respeitos, pêsames e eterna admiração, pela pessoa e homem que você é, que um dia conheci pessoalmente e, num ato de extrema modéstia e liberdade, me aplaudiu de pé num festival, em que você era presidente do júri e eu um simples universitário, já intérprete e músico contratado de gravadora, mas ainda sem fama no Brasil, porque gravava em Inglês e só lá fora me conheciam, coisa que jamais esquecerei a sua feição e expressão de apoio, pois seria você quem defenderia a minha música naquele festival, escolhido pela emissora, mas não conseguiu decorar às vésperas, a extensa letra dela e eu tive de defendê-la e ainda, humilde e modestamente, o diretor produtor do seu filme me pediu permissão, incluiu minha outra música de outro festival, como tema e trilha sonora de seu filme, campeão brasileiro de bilheteria e a tornou também campeã nas paradas musicais, com a gravação do Erasmo Carlos e Mariza Fossa, por momentos de sua vida e obra musical em que tive a honra de fazer uma pequena, mas marcante parte para mim, profissionalmente, de nossa trajetória, Roberto Carlos.
Isto não acontece com qualquer "estrela" ou "celebridades" que se julgam deuses(as) e tratam os demais como inferiores!
Isto é coisa de gente sem falsa modéstia, receptiva, sensível, humana, sincera e de bom caráter!

Merece o título de "rei"!

(Para você esta canção, uma das mais belas dos compositores de minha geração (ou um pouco mais velhinhos do que eu, rsrsrs), que trata exatamente desta "ausência" muito sentida).
O que é bom , só melhora com o tempo, que nem vinho...comparando com a juventude deles, jamais cantaram tão bem e afinadíssimos, com seus cabelos grisalhos, pela vivência destes tantos anos de estrada.

"The Sound Of Silence" de Simon e Garfunkel