(Texto da colaboradora "Shadow")
AS CARELLADAS DO
CARELLI
Se alguém pensou que AFazenda é
spa, ou, que com a saída dos polêmicos aquilo lá iria virar colônia de férias,
se enganou. As carelladas, ao que tudo indica, não vão deixar que aquilo caia
no marasmo ou pasmaceira.
O fim de semana foi pródigo e
produtivo nesse sentido.
Só as idas e vindas pra tirar
água do poço não por duas, dez, vinte, mas, por setenta e duas horas, já era o
prenuncio disso. Alguém parou pra contar o número de viagens que eles fizeram
ao poço? A quantidade de litros que carregaram? Que utilizaram na rega do
jardim? Na quantidade de canecas viradas pra tomar banho? Se alguém contou pode
mandar pro Guinnes Book: “A maior quantidade de litros d’água carregada em
baldes num Reality Show”! Na concorrente não tem disso não!! rsrsrs...
E a prova da chave então? Quatro
sendo mandados pro celeiro numa tacada só, sem dó nem piedade. Tem coisa pior
pra Roberthinha do que ficar sem piscina? Ou, da Viviane ter que se separar da
cozinha onde ela se refugia? E ainda por cima, levando de arrastão o
fazendeiro! A Fazenda é o único lugar onde o fazendeiro vai dormir no feno,
deixando a mordomia da sede pros peões, ahahaha... É muita benemerência! Não é
à toa que antes do inevitável rolou um estresse, repararam? Não? Tentem
relembrar do(a) Léo falando pra Simonexu face to face: Você só foi escolhida
porque trabalha. No popular: Você não passa de um burro de carga!
Ahaha...Tenso! Como a Nicole já estava preparada pra ir pro celeiro, nem se
abalou.
E pra piorar, quem teve a ingrata
missão de fazer o comunicado, quem foi? Felipe, o “Papa Tudo”! O pessoal já
está por conta porque o cara além de ser extremamente competitivo, ainda por
cima é sortudo. E sorte faz a diferença na vida. Minha mãe costumava dizer que
a gente nasce com estrela ou estrelado. Há que se reconhecer: Ele tem estrela!
Já faturou prêmio grande, médio, pequeno, prova que nada valia... e agora, é
também o encarregado de executar as carelladas. Ó dó! É nessas horas que as
pessoas ganham a minha solidariedade, rsrsrs...
Engraçado é que tanto a gente
aqui assim como eles lá, também se surpreende com as carelladas.
Houve um momento que ao ver a
divisão dos grupos, pensei: Isso não vai prestar!
Quem em sã consciência reuniria
num celeiro: pólvora, nitroglicerina, gasolina e fósforo? Aquilo é celeiro ou
paiol? Até a Consuelo estranhou. Ficou de tocaia, curiosa, cismada com aquela
repentina explosão populacional, bom, por cautela não usarei o termo explosão,
digamos, aumento populacional.
E pra piorar veio a prova das
atribuições: qualidades e defeitos. Gente isso está longe de ser uma
brincadeirinha inocente. Já participei de workshops onde os resultados foram
desastrosos, apesar de terem se passados meses, pessoas ainda não se falam.
E é aí que veio a surpresa!
Na varanda do celeiro ali estavam
as quatro peoas. Todas de calça bege, blusa xadrez e pouca ou nenhuma
maquiagem. Irreconhecíveis! Acho que pela primeira vez reparei nelas de
verdade, na sua postura corporal, nas suas reais feições. Não vou dizer que ali
havia calor humano, porque aí seria demais. Mas havia igualdade, todas
despojadas das fantasias, do salto alto e do glamour, alinhadas no mesmo
patamar. Foi aí que entendi a grande sacada de se mandar quatro de uma vez pro
celeiro.
Achei que o paiol, digo, celeiro
seria pequeno pras quatro, mas não, elas couberam ali.
Em contrapartida, imaginei que a
sede seria grande pra apenas dois. E mais uma vez me surpreendi. Por um momento
pareceu ser pequena demais pra egos tão inflados, não pude deixar de reparar
quanto o Felipe e a Simonexu são parecidos.
Na prova das atribuições isso
ficou evidenciado com uma clareza solar. Ambos foram ferrenhos na hora de
criticar, mas impermeáveis ao receberem críticas. Acham-se os melhores ali, os
mais inteligentes, os que têm todas as respostas, os donos da razão, os mais
experientes,... Brincar, descontrair, sorrir, fazer amigos é para os
fracos.
Felipe qualificando Nicole de
leva e traz, porque ela - como amiga - o alertou de que estavam falando mal
dele pelas costas, é o mesmo que o cão morder a mão que o alimenta. Simonexu,
por sua vez, não perdeu tempo de repetir mais uma vez: “Não entrei aqui pra
fazer amigos”. Nem precisava verbalizar o óbvio!
Felipe e Simonexu em momento
algum desceram do alto de seus pedestais, enquanto os que estavam no celeiro
com os pés na terra, tiveram a oportunidade de perceber que às vezes admiramos
de longe o que de perto criticamos. Se de fato perceberam não sei. Mas tiveram
a oportunidade.
Shadow