Apesar da cansativa viagem dirigindo, parando, de vez em quando, para liberar o meu cão, já quase ceguinho, o pai de todos , para defecar e urinar, além dele saborear sanduíches durante a viagem, chegamos!
Eu, que até temia não ser mais reconhecido pelos meus outros 15 cães, tive uma surpresa emocionante!
Quando cheguei e pus os faróis do carro no portão, apareceram alguns, sem latir muito, como seria esperado se um intruso ali chegasse e logo sentiram o meu "cheiro", o do "dono", melhor dizendo, o do "irmão humano" que voltou, não os abandonou e não morreu, como pensavam (bichos raciocinam sim).
Estavam estressados e enfraquecidos, apesar de bem alimentados pelo jardineiro, que ia lá na casa duas vezes ao dia para alimentá-los. Ahhhh! Como é bom vê-los alegres novamente e revividos, com a minha volta e presença.
Percebo que sou importante e útil, para alguém ou alguns nesta vida e não por questões de família ou dependentes, coisa que não tenho mais.
Depois de 13 horas de viagem dirigindo, ainda uma faxina provisória e até tentei dormir no carro, porque meu quarto estava simplesmente inabitável e uma "zorra!" total, de poeira e etc, depois de 4 meses longe.
Tentei, mas foram tantos telefonemas idiotas e estranhos, até no celular, de institutos e campanhas de "telemarketing", pedindo doações, que atendi, que não poderia mais tentar voltar a pegar no sono.
Mas valeu mesmo!
Uma camiseta rasgada, meu braço sangrando, de patas e garras desnorteadas de alegria por minha presença, quase me derrubaram no chão, mas é isto que me alimenta e orienta minha vida.
O amor dos animais é incondicional, não depende de nada, nem de convivência nem de compreensão entre um casal humano, pois tratamos de uma relação entre uma matilha de cães e o seu "dono", ou melhor, "líder Alpha" dela.
Dai que, "quando eu estou aqui, eu sinto este momento lindo"