quarta-feira, 9 de julho de 2008

Fanatismo e idolatria irracionais!

O que explicaria a idolatria cega de fãs por seus ídolos?
Qual a razão de tantos abdicarem de suas vidas e realizações pessoais, para se projetarem em celebridades, passando a vivenciar tão profundamente experiências e personalidades alheias que não as suas?
O que melhor definiria em termos psicológicos tais comportamentos que chegam ao extremo da demência e debilidade mental?
Não é tão difícil de se explicar.
Cada pessoa tem o seu nível de evolução mental e espiritual, além de seu passado, que poderá ter sido traumático ou de ocorrências benéficas ao desenvolvimento de uma personalidade bem estruturada, com fortes lastros e noção de auto-estima.
Tendemos a projetar nossas expectativas, sonhos e ideais naqueles com os quais simpatizamos por uma questão de “empatia”, identificação, semelhanças, sejam elas físicas ou de temperamentos.
Uma vez concretizada esta “transferência” inicial de nossas energias para o objeto ou pessoa que despertou a nossa admiração, nada mais influenciará em nosso julgamento, a não ser que, nossos ídolos sejam totalmente desmascarados por atos incompatíveis e hediondos. Mesmo assim, sempre existirão aqueles que, por uma resistência feroz, jamais admitirão nenhum fato desabonador ou negativo a respeito de seu ídolo.
Torcedores fanáticos xingam um juiz que apitou um impedimento de seu time. Veem depois no “tira-teima” claramente as imagens do computador e vídeo que houve sim, mas não aceitam e são capazes de agredir até matarem torcedores adversários quando saem do estádio.
No caso de partidos políticos este fanatismo é um pouco diferente, porque envolve interesses pessoais de favores, empregos, etc, além de pura “ideologia”.
Mas quando está envolvida alguma “celebridade” que arrebata milhares ou milhões de fãs a coisa pega e fica difícil decifrar as inúmeras causas de fundo psicológico de cada pessoa, a não ser analisando como um fenômeno de massa.
Neste caso, dentro da Psicologia Comportamental, o indivíduo perde ou abre mão de seu “Ego” ou personalidade individual, para aderir ao que chamamos “média intelectual” das massas.
É um fenômeno amplamente estudado desde o início do século passado , pela escola de Psicologia ; “GESTALT” de origem alemã e usado na propaganda nazista durante a segunda grande guerra mundial.
Goebbels, chefe da propaganda alemã, costumava dizer que; “as multidões, têm a idade mental de uma criança de 8 anos”.
Depois do final da guerra, foram os judeus, donos de todos os estúdios cinematográficos e maioria da mídia, que utilizaram amplamente esta técnica em seus filmes e propagandas subliminares, até na área publicitária.
Segundo o método “GESTALT” o sujeito de análise de reações populares nunca é uma pessoa simplesmente, mas sim dentro do seu contexto grupal coletivo e memória atávica étnica ou racial.
O objeto ativador, tanto poderá ser um símbolo, uma pessoa ou ideologia, crença, etc.
A isto denominam “estímulo” a ser acionado para que produza resultados em determinado grupo social.
No caso, o “estímulo” externo poderá ser um(a) aspirante à categoria de “celebridade”.
Muito comum este tipo de “empatia popular” em programas como o Big Brother, pois cada elemento representa de certa forma, temperamentos, aparências e valores dos telespectadores, segundo suas tendências lá demonstradas.
Outro ponto e aspecto muito importante, é que, os estímulos externos condicionados sobre uma coletividade, produzem reações diversas e diferentes, caso este grupo seja constituído de pessoas de etnias, raças e culturas variadas, como é o exemplo do povo brasileiro.
Nesta hipótese, não há como “manipular” opiniões através de edições de imagens somente, pois, a percepção e “Empatia” se dão de modo muito rápido e incontrolável, desde um determinado momento ou circunstância no programa.
Uma vez ocorrida esta “Empatia popular” nada conseguirá mudá-la até o final, como aconteceu de forma inequívoca no BBB7 com o ex-casal Diego-Íris, mais do que em qualquer outra edição anterior e provocou reações populares de grande abrangência emocional.
Há estudos, pesquisas e testes psicológicos realizados desde a década de 60 em universidades e coletividades sobre estas reações e preferências das pessoas conforme o grau de dificuldade e nível intelectual.
Pensam que os mais resistentes a mudarem de opinião seriam os mais ignorantes?
Errado!
Os mais resistentes são os que se julgam mais educacionalmente preparados , os intelectuais!
Sim porque, jamais admitirão um erro de julgamento e avaliação, ou se sentirão ignorantes e tolos!
Pessoas mais humildes ou ignorantes, não têm o “Ego” tão cristalizado e desenvolvido nem a necessária auto-estima para se acharem sábios, inteligentes e que nunca se enganam nem se deixam enganar.
Estas somente são muito resistentes, quando um elemento cuja aparência, origem e imagem que as represente, as satisfaça como modelo de sucesso de seu estrato social e características familiares.
Um exemplo é resistência nas pesquisas da aprovação de Lula mesmo durante os escândalos freqüentes e ininterruptos de seu governo e partidários.
Quando Lula era apenas candidato mal vestido e ex-retirante barbudo, metalúrgico, sem modos, que coçava o saco enfiando a mão na calça, nada conseguia nem se elegia.
Somente depois que um grupo de intelectuais de esquerda resolveram pegá-lo como “fantoche” para se servirem de sua imagem perante o proletariado, ele conseguiu se eleger depois de bater os recordes de derrotas.
Ai a “massa” o viu bem vestido, em ternos “Armani”, barba curta, aparadinha, cabelos idem, “botox” , dentes novinhos e brilhantes, ou seja, um exemplo da “vitória” e ascensão social, respeitabilidade, do pobrezinho retirante vindo de baixo, então aclamado por intelectuais e a elite empresarial.
Criação do publicitário Duda Mendonça e a maior farsa eleitoral jamais vista, pois nenhum daqueles intelectuais catedráticos da propaganda foi aproveitado em seus ministérios, que foram tomados de roldão pelos amiguinhos sindicalistas, despreparados para as funções e cargos .
Houve a “lambança” ,dos que “nunca comeram melado”; os dólares nas cuecas, os “Land Rovers”, o “mensalão”, os escândalos de favorecimentos à família Lula, mas nada “colou”. Lula virou “Tefal”. Totalmente “blindado”, porque o povão não deseja se decepcionar na primeira vez em que se viu simbolizado no poder.
Admitir o erro seria admitir a incapacidade e ignorância de sua classe social e origem.
Se uma câmera flagrar Lula furtando a carteira de uma velhinha aposentada saindo de um banco, muitos jurarão que foi “armação” , porque ele era pobre e a elite não aceita sua presença no poder.
Pois é assim que funcionam os “fanatismos”, “idolatrias” e reações populares “irracionais”, segundo a tendência e experiências pessoais na vida de cada um.
Hoje vemos pessoas se ofendendo em fóruns, sites e blogs, por causa de seus ídolos, sem sequer notarem o ridículo de suas atitudes e comportamento primitivo, irracional e nocivo.
Tudo porque se transformaram em pessoas com idade média de 8 anos...