Vejam!
http://uk.youtube.com/watch?v=fXXaRECHHT4
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
A "Capitu" da "Plim-Plim"!
Sinceramente não poderei explicar qual público-alvo a rede “Plim-Plim” pretende atingir com esta produção “Capitu”.
Por certo não será o brasileiro. Talvez tenha em mente a exportação para a Europa, onde estas imagens estão enraizadas na memória e atavismo europeus, berço do romantismo e do simbolismo pictórico, da “máscara de pantomima “ de um teatro de Brecht, misturada com as alegorias inconscientes de um mestre como Fellini.
Reparem que, como fundo musical e temas, usaram músicas estrangeiras, até rock pesado, pois as emoções ali representadas não existem em nossa constituição genética e emocional como povo. Apesar da ótima e esmerada direção de fotografia, que usou e abusou dos “efeitos-tela” , nebulosidades "en passant" e cortinas múltiplas, num eterno "clima de cenário de teatro", em contínua mutação, não encontramos qualquer referência mais típica da época e dos nossos costumes, a não ser a presença de dois personagens negro; uma empregada e um vendedor ambulante que passava na rua.
De resto, imagens também estrangeiras em branco e prêto, da virada do século 19 para o século passado, que não condizem em absoluto com a nossa realidade "tupiniquim" tropical.
De que vale a abertura operística de um “O Guarani”, em pequeno e rápido trecho musical, se o resto se passa embalado por um romantismo e lirismo, mais característicos de uma obra idílica mística irlandesa , provençal francesa ou apaixonada italiana?
Até o cabelo e fisionomia do protagonista adolescente é totalmente destoante da verdade ao tempo da obra de Machado de Assis. Capitu tinha um olhar de inocência, porém “oblíquo”, instigante, atraente, característico de olhos assimétricos, (o contrário da vesguice) não bem como os da atriz-cantora escolhida, a meu ver meio “passada de idade”, em comparação ao seu par , mais assemelhado ao jovem que despertou paixão fatal no homossexual meio pedófilo, do filme “Morte em Veneza”.
Chegamos à conclusão que, para realizarmos obras de impacto lírico e romântico, temos de nos distanciar (pelo menos nas imagens televisivas ou cinematográficas) do que temos culturalmente como povo, incapaz de expressar tais sutilezas, simbolismos e nuances mais sofisticadas.
É só trocarem aquela “musiquinha cantada em inglês” quando a menina baila pela varanda escrevendo com giz no chão, por um “pagode”, um “axé”, ou canção “brega-romântica”, para constatarem a nossa deficiência histórica cultural .
O diretor não seria tão doido a ponto de tentar uma coisas destas, claro.
Machado de Assis, embora um escritor, intelectual e político brasileiro, tinha uma cultura “ancorada na Europa”, como todos da época, daí a sua visão critica e ética acima da realidade reinante neste país onde a boçalidade e mediocridade predominavam.
Casou-se com uma mulher de ascendência européia, viveu uma vida “européia”, em pleno Brasil, tentando manter uma fidalguia e porte digno nesta calamidade “macunaímica” brasileira.
Tinha sangue negro...de origem modesta, sofreu preconceito, porém, amparado por uma família de posses em sua infância, aproveitou todas as chances de progredir , estudando e se capacitando para ser uma das maiores expressões de nossa história.
Se hoje vivesse em nosso mundo atual, não estaria “rodopiando no chão”, nem batucando, não pleitearia cotas, muito menos usaria cabelos “rastafari”, embora talvez estivesse vivendo em absoluto anonimato, em algum empreguinho modesto, sem nenhuma editora interessada em publicar seus livros, mantendo a mesma visão crítica honesta e implacável de nossa realidade tão pobre em valores e princípios.
Ao contrário da maioria de nós brasileiros, um mestiço que deu certo...
Por certo não será o brasileiro. Talvez tenha em mente a exportação para a Europa, onde estas imagens estão enraizadas na memória e atavismo europeus, berço do romantismo e do simbolismo pictórico, da “máscara de pantomima “ de um teatro de Brecht, misturada com as alegorias inconscientes de um mestre como Fellini.
Reparem que, como fundo musical e temas, usaram músicas estrangeiras, até rock pesado, pois as emoções ali representadas não existem em nossa constituição genética e emocional como povo. Apesar da ótima e esmerada direção de fotografia, que usou e abusou dos “efeitos-tela” , nebulosidades "en passant" e cortinas múltiplas, num eterno "clima de cenário de teatro", em contínua mutação, não encontramos qualquer referência mais típica da época e dos nossos costumes, a não ser a presença de dois personagens negro; uma empregada e um vendedor ambulante que passava na rua.
De resto, imagens também estrangeiras em branco e prêto, da virada do século 19 para o século passado, que não condizem em absoluto com a nossa realidade "tupiniquim" tropical.
De que vale a abertura operística de um “O Guarani”, em pequeno e rápido trecho musical, se o resto se passa embalado por um romantismo e lirismo, mais característicos de uma obra idílica mística irlandesa , provençal francesa ou apaixonada italiana?
Até o cabelo e fisionomia do protagonista adolescente é totalmente destoante da verdade ao tempo da obra de Machado de Assis. Capitu tinha um olhar de inocência, porém “oblíquo”, instigante, atraente, característico de olhos assimétricos, (o contrário da vesguice) não bem como os da atriz-cantora escolhida, a meu ver meio “passada de idade”, em comparação ao seu par , mais assemelhado ao jovem que despertou paixão fatal no homossexual meio pedófilo, do filme “Morte em Veneza”.
Chegamos à conclusão que, para realizarmos obras de impacto lírico e romântico, temos de nos distanciar (pelo menos nas imagens televisivas ou cinematográficas) do que temos culturalmente como povo, incapaz de expressar tais sutilezas, simbolismos e nuances mais sofisticadas.
É só trocarem aquela “musiquinha cantada em inglês” quando a menina baila pela varanda escrevendo com giz no chão, por um “pagode”, um “axé”, ou canção “brega-romântica”, para constatarem a nossa deficiência histórica cultural .
O diretor não seria tão doido a ponto de tentar uma coisas destas, claro.
Machado de Assis, embora um escritor, intelectual e político brasileiro, tinha uma cultura “ancorada na Europa”, como todos da época, daí a sua visão critica e ética acima da realidade reinante neste país onde a boçalidade e mediocridade predominavam.
Casou-se com uma mulher de ascendência européia, viveu uma vida “européia”, em pleno Brasil, tentando manter uma fidalguia e porte digno nesta calamidade “macunaímica” brasileira.
Tinha sangue negro...de origem modesta, sofreu preconceito, porém, amparado por uma família de posses em sua infância, aproveitou todas as chances de progredir , estudando e se capacitando para ser uma das maiores expressões de nossa história.
Se hoje vivesse em nosso mundo atual, não estaria “rodopiando no chão”, nem batucando, não pleitearia cotas, muito menos usaria cabelos “rastafari”, embora talvez estivesse vivendo em absoluto anonimato, em algum empreguinho modesto, sem nenhuma editora interessada em publicar seus livros, mantendo a mesma visão crítica honesta e implacável de nossa realidade tão pobre em valores e princípios.
Ao contrário da maioria de nós brasileiros, um mestiço que deu certo...
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