Este conceito de “Karma” ou carma, está totalmente defasado e não se sustenta em termos de um raciocínio linear de tempo, nos moldes da antiga Física “mecanicista” Newtoniana, onde, para tudo, há uma relação direta de “causa e efeito”.
Sob uma ótica mais atualizada, da Física Quântica que, na verdade, apenas corrobora conhecimentos da sabedoria oriental milenar, não existe “tempo” nem “espaço”. Esta correlação está superada, portanto, teríamos dimensões atemporais e “carmas simultâneos” , significando somente focos de consciência em aparente deslocamento temporal e espacial.
O fato de pensarmos linearmente que, um sujeito praticando neste momento um ato de crueldade terá , pela Lei do Retorno, um castigo ou sofrimento posterior em outra encarnação, é uma falácia, um erro, causado por nossa dificuldade em imaginarmos o Uno e indivisível, adimensal e atemporal, pois vivemos em “Maya” (ilusão virtual).
A mesma pessoa que pratica algo condenável, está simultaneamente sendo a própria vítima em outra “pseudo” dimensão, ou “foco de consciência”.
Eu sou você, uma rocha, uma gota no oceano, um papagaio, um macaco, uma ave, o vento. Todos e tudo, aparentemente dissociados e separados, somos uma coisa só, que se subdividiu em infinitos “focos de consciência” para experimentar a Criação.
“Amai-vos uns aos outros como a si mesmos”
Há uma enorme sabedoria nestas simples palavras, tão frequentemente mal interpretadas.
Um dos maiores obstáculos ao entendimento e compreensão desta singularidade Maior e inexistência-existente, é o “Ego” e a crença num suposto “livre-arbítrio”.
Este tipo de “certeza”, tão difundida nos últimos dois séculos, só serviu para alimentar uma ilusão coletiva, pois preenche nossas necessidades internas de auto-estima e segurança. Quando Jesus disse à Madalena; “arrependa-te e serás perdoada”, na verdade não estava concedendo ou permitindo que ela agisse ou decidisse pelo seu “livre-arbítrio e sim, interpretando o seu papel neste “foco de consciência coletiva” , onde não haveria outra decisão, a não ser o arrependimento dela. Não foi o arrependimento de Madalena, a decisão de Herodes em mandar matar crianças, nem as loucuras de Nero que construíram o futuro por suas ações. É o futuro que não poderia ter outro passado, ou simplesmente não existiríamos como somos. Tudo é uma só coisa formada de fatos aparentemente lineares no tempo , porém simultâneos, como se fosse um rolo de filme que passam nos cinemas onde cada quadro é uma imagem e a seqüência destes numa certa velocidade é percebida por nossos olhos como acontecimentos em movimento linear, mas o filme está completo, com princípio, meio e fim e quem tiver a capacidade de “ler” ou “perceber” simultaneamente todos os seus quadros, terá toda a História da humanidade numa fração de segundo.
A “Teoria do Caos” e o “Efeito Borboleta”, explicam bem este fenômeno um tanto paradoxal e instigante.
As recentes descobertas com testes onde partículas aceleradas atravessam uma barreira e voltam antes de serem projetadas, são a prova concreta da inexistência de um “espaço-tempo” linear dimensional. É como se víssemos as nossas imagens retornando de uma viagem antes de termos partido.
Muito interessante para uma “revolução” e reciclagem da doutrina espírita.