É impressionante a nossa dependência da Internet.
Desde a noite de quarta feira até agora ficamos, todos os residentes no estado de São Paulo, sem qualquer contato com o mundo , arrancando nossos cabelos de raiva e desespero. Muitos, que trabalham usando este meio de comunicação entraram em colapso total e estão tendo prejuízos . Outros, do tipo que enviam cartões e dezenas de e-mails, roeram todas as unhas, esqueceram da ração do cachorro, se enrolaram em pânico na cortina, esperando o fim do mundo. Rs.
Sabem o que aconteceu comigo?
Desculpem-me pela sinceridade, mas, adorei não ter de responder nada , nem e-mails, nem comentários, nem postar ou cuidar de meus blogs e comunidades.
Fiquei livre para olhar as estrelas e dar mais atenção aos meus bichos.
Percebi o quanto estou viciado e dependente deste veículo de comunicação, mesmo tendo prejuízos.
Não importa. Apesar de minha satisfação em fazer o meu trabalho, algo mais aconteceu e me deu uma espécie de “alívio”.
Voltei ao passado, de quando era bem jovem e não havia Internet.
Quando queríamos nos comunicar, saíamos e conhecíamos pessoas.
Passeávamos na praia, de mãos dadas, curtíamos um pôr do Sol, sentados nas pedras, um sorvete à noite e uma caminhada de madrugada.
Claro que isto foi há 3 décadas passadas, antes de tanta violência, AIDs e tudo que temos atualmente de ruim. Aliás, só temos coisas ruins hoje em dia.
Sinto muita pena de nossa juventude, tão ameaçada por tudo, doenças, violências, materialismo,etc.
A conexão sumiu, o mundo “apagou” , perdemos contato com a nossa “vida virtual”, imaginaram quantas centenas de milhares entraram em pânico total?
Tiveram de voltar às suas vidinhas de sempre, sem o “glamour” de serem outras pessoas, terem outras imagens, poderem se comunicar pela fantasia de serem outros que não a si mesmos.
A Internet criou a irresponsabilidade de ser, o anonimato de poder dizer e fazer sem identidade.
Duas gerações foram criadas conforme esta noção de comportamento e ausência de qualquer ética.
São os nossos filhos e netos que estão ai, soltos, livres, condicionados por uma mídia controlada por péssimos elementos, que os induzem a aceitar comportamentos e novos valores, como se estivessem realmente fazendo algo de novo.
Fiquei sem contato virtual, recuperei o meu natural...
Hoje, ao invés de “telinhas”, recados, e-mails, postagens, etc, vi estrelas, meus cães se agarraram a mim, rasgaram minha bermuda, afaguei os filhotes, vi a Lua e curti muito...
Bendito “apagão”!