"A Fazenda" (1)

Como sempre faço em estreias de novelas e programas importantes, elaboro mapas astrológicos "sideralistas", avaliando as chances de sucesso de cada produção televisiva, porém, neste caso específico, penso que mereça uma análise mais abrangente sob o ponto de vista de quem já viveu muito tempo na grande mídia, nacional, internacional e , modéstia à parte, até agora, não errou ao julgar antecipadamente em todos os programas como, por exemplo, o BBB, quem se projetaria e apareceria mais ou venceria, pelo "carisma" pessoal.

Começo por uma análise objetiva e lógica, deixando a astrológica para o complemento seguinte, pois existem dois horários para o início do programa. Um da apresentação dos participantes e outro da verdadeira hora de entrada deles na fazenda iniciando a competição e "vida" lá dentro.
Aguardem, pois será surpreendente.

São os seguintes os pontos principais de uma análise profissional sobre uma produção, e avaliarei, segundo o que pude perceber pela experiência, os favoráveis e desfavoráveis, conforme o mostrado nesta estreia deste "reality" rural da Rede Record.
1-Apresentação- O apresentador mostrou-se comedido, sem excessos nem querer "aparecer mais" do que os participantes, como sempre foi em outro programa diurno, sempre daquele jeito "paulistano" e menos "íntimo". Muito bom para uma primeira experiência.
2-Produção e direção-Apesar dos obstáculos e problemas iniciais de uma chuva torrencial, souberam tratar rapidamente deste detalhe, distribuindo capas de chuva e guarda-chuvas para os figurantes e convidados, além de não permitirem que a mudança de tempo afetasse a iluminação, fotografia e nitidez das imagens. Fora a organização, para uma Rede que jamais produziu coisa semelhante, só produzida por uma rede como a Globo com sua megaestrutura bilionária.
Outro detalhe foi a utilização das mesmas técnicas de reforço de contrastes, que só a "Plim-Plim" usava, desde a época dos vídeos "Bethamax", às vezes filmando em 35mm e passando para o vídeo, agora mais facilmente obtido pelos sistemas digitais, que igualaram esta diferença que a distanciava de suas concorrentes tecnicamente menos preparadas.
Excelente controle de posicionamento de imagens e câmeras.
Ótimo "timing" de locação do único espaço para comerciais e momentos de apresentação dos participantes, conforme sua importância e popularidade, surpreendendo a "Plim-Plim" ao apresentar o Dado Dolabella antes do tempo previsto, exatamente ao final do "Fantástico".
3-Edição- Esplêndida! Sem nenhuma crítica. Perfeita nos pormenores , nos cortes e tempo.
Coisa incrível para uma rede não acostumada a estes programas de "realities".
4-Apoio logísto e técnica- Perfeita, a ponto de providenciarem, como já disse, em tempo hábil, guarda-chuvas e capas de plástico para todos.
Som e mixagem também perfeitos, sem "compactar" o do apresentador e entrevistado, deixando que a plateia se manifestasse ao fundo sem encobrir as falas principais.

Portanto, apesar de ser uma estreia,não somente de uma produção nunca antes realizada por esta rede de televisão, devo ressaltar que conseguiu ser bem mais eficaz e competente do que a última estreia do BBB9, quando até o Pedro Bial ficou suado pela falha do ar condicionado e se perdeu claudicando, na escolha e envio dos participantes aos lados "A" e "B" da casa.

5-Seleção-Como o previsto, deveria ser feita entre "televisivos" da emissora e alguns menos votados de segunda ou terceira linha, somente para não possibilitar outra ação judicial da Globo, como aquela contra o SBT durante a "Casa dos Artistas", usando do artifício de um programa exibido na Suécia.
A meu ver foi certa em termos de audiência, pois centrou e focou como principal reduto o sudeste, para atingir um ponto fraco da "Plim-Plim" que tem ultimamente perdido IBOPE nesta região, a mais rica e mais importante em quantidade de telespectadores, uma vez que os do norte e nordeste até boicotes indignados já fazem contra esta rede, por causa de resultados de BBBs recentes.
É certo que a Globo está tentando, através da novela "Paraíso" reconquistar esta audiência, mas ainda não conseguiu.
A Record poderia ter escolhido elementos até mais jovens, de bandas ou coisas assim, mas sei que seria mais difícil. Porém, as escolhas satisfazem as necessidades dos fãs e expectativas de "envolvimentos" e romances surpreendentes entre "famosos" e comprometidos, como ocorreu na "Casa dos Artistas" na primeira edição.
Depois de tantas decepções sobre casais de BBBs, verdadeiros ou "fakes", tantas ex-misses e modelos, estrelas de filmes eróticos, etc, nada mais distingue o Big Brother Brasil de qualquer outro "reality show".
Se todos sabemos que os "escolhidos" sempre são convidados ou "apadrinhados" pela produção, acabaram as diferenças entre uma emissora escolher e convidar seus "astros" ou outra escolher seus "protegidos".
Em termos de personalidades, foi muito perspicaz, por parte da Record, a escolha dos participantes, avaliando cada personalidade e potenciais de simpatias ou rejeições.
Visaram a beleza, os atrativos estéticos, o potencial de fãs já cativos e outros prováveis a médio prazo, tentando pegar também, um público de classe mais alta, em vista de alguns concorrentes lá.
Telvisão é IMAGEM e prazer ESTÉTICO!
Esta é a regra!
Coloquem pessoas normais, sem atrativos, em qualquer lugar e terão um baixíssimo índice de audiência, pois, como disse e sempre repito, o sábio carnavalesco "Joãzinho Trinta" ; "quem gosta de pobreza e miséria é intelectual, o povo gosta de luxo e beleza!"
6-Abertura- Impactante! Ótima , reproduzindo a da Suécia, com lances visuais e emocionais únicos, embora de jovens "amadores", não famosos, pois lá não existe uma "Plim-Plim" para processar os outros ,embora exista a ENDEMOL, dona do Big Brother internacional.

Concluindo, belíssima estreia e parabéns à Rede Record.