Fui obrigado a rever o último capítulo daquela “novelinha indigesta”, que foi o “inferno tropicalista”.
Disse que não comentaria, porém, os “erros” foram tantos e de tanta importância quando se trata de algo que mexe com as emoções do grande público, que merece uma análise mais apurada das eventuais conseqüências.
Percebi dois “erros”, se é que foram e eu não me enganei, pois novelas me irritam profundamente, não fosse minha curiosidade em saber o que estão fazendo com as cabecinhas de milhões de brasileiros.
O primeiro foi a “mudança de cena” quando mostraram a Thaís abrindo a porta do apartamento do Daniel, dizendo; “você aqui? O que você quer?”.
Gostaria que alguém acostumado a gravar os capítulos desse uma olhada para verificar se o que ela disse anteriormente não foi; “Você...?” e se voltou, virando as costas entrando?
Outra bobeira deles, foi o Daniel, com a pistola apontada para o Olavo dizer que ele “trocou os remédios do Lutero”. Ora...quem teve os remédios trocados foi o Antenor! O Lutero apenas bebeu um whisky envenenado pelo Olavo.
Não bastassem estas besteiras, os dois (Olavo e Ivan) se acertam exatamente no coração, no mesmo ângulo, considerando que Ivan atirou de frente e Olavo, quase sem controle das mãos acertou de baixo para cima, num Ivan se mexendo agarrado pelo Daniel cujo braço esquerdo estava na frente do peito dele protegendo-o.
Pelo amor de Deus gente!
O que é isto afinal?
Ganham fortunas como autores, diretores, para fazerem esta “geléia geral”?
Coitados dos atores, do porte de um Tony Ramos, dando um banho de interpretação, com a voz, olhos e contrações faciais inigualáveis, quando conversava emocionado com a Glória Pires.
Aquele Wagner Moura também foi muito convincente, dominando as expressões de modo muito marcante. Grande ator.
Para variar, a vaidade de certos diretores da “Plim-Plim” não consegue ficar quieta e o tal do Dennis Carvalho resolveu aparecer como deputado de CPI ao lado de uma figurante que se parecia demais com a Heloisa Helena.
Estes “sessentões da Globo” são “F”...
Adoram aparecer como “galãs maduros” e por ai vai a inconseqüência deste “feudo familiar” que se tornou a maior rede hegemônica de comunicação do país,com pretensões a superar todas as do exterior, começando pelos mercados em potencial “semelhantes”, da África , sul da Europa e América latina.
Reparem bem que, nenhum dos mais abastados foi mostrado como bom !
Somente o Daniel, sempre frisando que ele era um simples filho de caseiro vindo de baixo!
Todos os demais foram mostrados usando de estereótipos como o da loura Alice , que teve de repetir um lance da Naomi Campbell e acabou coletando lixo para pagar uma pena de cunho social ,
A sua frase foi talvez a mais marcante e sincera desta novela. “Como disse a Carlota Joaquina, quando chegar em Londres quero limpar os sapatos desta poeira de um local horrível e nojento!”
Concordo plenamente com ela, por ter de conviver com tanta podridão pública , violência e impunidade totais!
O que não posso aceitar é esta manipulação, engano e massacrante propaganda da Globo para salvar uma novela que teve de ter antecipado o seu término por falta de audiência, mas conseguiu envolver a todos em diversos portais, fazendo de tudo para “alavancar a audiência” nos instantes finais, usando de todos os recursos possíveis, até os de “mudar cenas” , criar outras não divulgadas na novela, “errar” para encobrir trapaças de autoria e enganar o público.
Ai complica e a coisa toda fica mais séria.
Estão mexendo com a credibilidade pública!
Com as emoções de muitos que acompanham esta farsa!
Por mim nem me importo com quem tenha se decepcionado, pois isto é previsível em se tratando da “Plim-Plim”.
Uma “cafetina de luxo” como a Marion, se safar, tendo apenas de trabalhar para sobreviver, é muito pouco, pois cometeu diversos crimes. Estelionato, extorsão, chantagem, furto de jóia, lenocínio, falsidade ideológica, favorecimento ilícito, cumplicidade, omissão,etc.
Mas ela teve um “refresco” por parte do autor da novela, que só queria atingir a “elite”, por sua concepção político-ideológica e tendências , meio ainda “no armário”, onde homossexuais ficam naquele “umbral” intransponível, de olhares tímidos, sem toques ou beijos, muito menos cenas na cama . Ora... se é tão natural, por que não mostram?
Não querem “chocar” a maioria silenciosa” que dá audiência?
Como reagiria a maioria vendo dois homens na cama se beijando e transando? Não seria normal?
Não é apenas uma “orientação sexual protegida por lei?
Se não é , então entendo a razão de sempre ocultarem estas cenas chocantes para nós humanos heterossexuais.
Que exemplo imoral deu esta poderosa rede de televisão para tantas crianças e adolescentes, ao premiar com um final apoteótico de sucesso uma prostituta vigarista como a Bebel!
Se querem enaltecer criminosos, então por que não deixaram o Ivan vivo, para curtir uma vida de riqueza morando com o Antenor?
E o Jader coitado!Poderia ter sido poupado para ver o nascimento de seus netinhos, passando a ser gerente do restaurante do genro.
Depois se arvoram no direito de denunciar políticos exigindo ética e honestidade?
Grande mídia , capaz de envolver multidões, porém falsa , fraudulenta e enganosa!
Desculpem-me , mas estou com ânsias de vômito!
4 comentários:
Bopm dia!
Antenor nunca aceitou a vagabundagem do pai e não aceitaria a do Ivan. Penso que Ivan não tinha a natureza má como Olavo e Taís e poderia se redimir. Para que serve a cadeia? Para punição e redenção. Ivan já não tinha sido punido toda sua vida desprezado por mãe e Irmão? Já não tinha sido punido deixando de desfrutar da convivência com o pai?
Quanto à frase dita por Taís ao abrir a porta foi mesmo trocada.
O mais ridículo e irreal foi a confissão do Olavo.
A cena da Bebel no Senado é uma críticae debochada sobre Renan e ,como disse Solange, sobre a Iris e a ex do senador. No mais as novelas são realistas e não idealizadoras da moral. Se assim fosse ninguém leria Machado de Assis. O que seria de Lima Barreto e seu"Triste fim de Policarpo Quaresma"? Estas obras seriam proibidas. Fim da democracia. A Globo e seus autores estariam dirigindo a consciência do povo e ditando o certo e o errado.
É exatamente para isto que servem as novelas e filmes: para que as pessoas pensem e discutam sobre os acontecimentos, revejam seus conceitos e se posicionem a respeito. O povo não é tão idiota nem tão tolo para não saber que é ficção.
Abraço!
"O povo não é tão idiota nem tão tolo para não saber que é ficção."
Somente a respeito desta frase tenho de discordardo anônimo das 10:59.
Não é o que vemos acontecer neste país.
A imensa maioria é alienada, elege outros alienados corruptos, confunde ficção com realidade a ponto de agredir atores nas ruas, introjeta a fantasia como real, passando a "vivê-la" em virtude do seu vazio interior.
Vide o caso do casal BBB7; Íris e Diego, o quanto já causou de discussões, ameaças, ódios e paixões.
Do mesmo modo, crianças não distingüem bem entre realidade e ficção.
Televisão é concessão pública.
Como tal é de utilidade pública.
Tem por dever educar.
Não é indústria cinematográfica que pode fazer o que quiser´.
Nosso povo tem sérios problemas mentais e emocionais, além de péssimos vícios culturais.
Não os tivesse, nosso destino teria sido outro, bem melhor do que foi e está sendo.
"O povo não é tão idiota nem tão tolo para não saber que é ficção."
Homero: não é a maioria que extrapola.
O caso Iris e Diego não é ficção e sim realidade. O povo interagiu e se sentiu enganado.
No fundo a maioria é egoista e está preocupada com sua vida e não com a coletividade. Ensinam seus filhos a serem competitivos, a estudarem para superar primos, vizinhos ou coleginhas e não para que seus filhos se tornem ícones de solidariedade.
Se há desvio de conduta da população não é por falta de ensinamentos pois existem mensageiros dos céus para todo tipo de perfil e o bem está mais do que disseminado. As pessoas os seguem? Não! As pessoas rezam e continuam com seus erros.
Já que citei Machado de Assis, deixo uma pensamento de Quincas Borba: "Aos vencidos ódio ou compaixão, aos vencedores as batatas."
Não é esta a realidade nacional?
"Se há desvio de conduta da população não é por falta de ensinamentos pois existem mensageiros dos céus para todo tipo de perfil e o bem está mais do que disseminado. As pessoas os seguem? Não! As pessoas rezam e continuam com seus erros.".
Concordo plenamente,continuam a errar, porém a época da revolta e obras "debochadas" já passou, foi na década de 60.
Agora o "deboche" vem de cima, das instituições e governantes.
Alimentar este vício "macunaímico" de um povo sem auto-estima, que ao invés de se indignar, faz piadas, é eternizar este grave erro cultural.
A partir do momento que uma emissora hegemônica, líder absoluta de audiência, ao invés de repetir uma cena gravada, muda tudo, modificando o texto e a interpretação, inclui outras cenas nunca mostradas, passa a não ter mais qualquer credibilidade nem moral para criticar quem quer que seja em seus telejornais.
Isto é falsidade ideológica e estelionato cultural.
Caso para o PROCON e Ministério Público.
Postar um comentário