segunda-feira, 14 de novembro de 2011

De repente...

De repente, do nada, começaram a passar em minha mente lembranças de toda a minha vida, como se eu estivesse morrendo afogado, em frações de segundo e em sequência atordoante!
Credo gente! O que terá sido isto?
Até músicas e fatos importantes, perdidos no espaço e tempo de minhas reminiscências.
Será que estou para morrer em breve?
Sei não, posso não, rsrsrs, mas que fiquei cabreiro , fiquei sim, embora o meu mapa astrológico me dê ainda longa vida por morte natural, não iria por acidente, trombada, assalto, queda de avião, ou coisas assim.
De qualquer modo, detestaria ficar tão velho, a ponto de depender de alguém, pois não tenho ninguém para depender e preferiria morrer rapidamente.
É estranho nos sentirmos os mesmos de quando jovens, mas ao nos depararmos com o espelho, verifiquemos que não é bem assim que as coisas estão.
O mundo mudou, nós mudamos, mas algo ainda está em nós e se recusa a mudar, persiste e clama por uma oportunidade de se manifestar, não importando a idade .
Ouvindo o tema do filme "Titanic" e lembrando daquela linda experiência de amor, logo associei aquele final trágico, ao que teremos que enfrentar, venha ele devagar ou repentinamente, nos levando às profundezas oceânicas de nossa "Psiquê" que ainda nos reste.
Como foi bom ter sido jovem e como eu teria feito, se pudesse voltar, tudo de modo diferente!
Se, por alguma providência divina, tivéssemos a chance de voltarmos ao passado , retificar eros, aproveitar chances, corrigir comportamentos , ahhhh...que bom seria!
Mas não me arrependo não, de nada, claro que de algumas coisas sim e muito, por sentimento de culpa, mas no geral fica neutralizado diante de outras experiências mais importantes.
Opss! O que é isto?
O que deu em mim, de estar postando estas coisas sem sentido para vocês, como se escrevendo num diário pessoal?
Deve ser a idade, só pode ser, que prega estas peças.
Mas como é bom ouvirmos aquelas canções da nossa grande época de juventude, dos nossos amores e primeiros romances, de uma época onde ninguém beijava por nada mais de 50 pessoas numa micareta, as mulheres não eram consideradas "cachorras funkeiras", as favelas ainda não haviam ditado os seus baixos valores para a classe média, podíamos passear de madrugada pelas ruas, avenidas e praias.
Pois é...acho que cresci e vivi num mundo e época ideais. Não trocaria isto por nada agora.
Tenho muita pena destas novas gerações e deste mundo que herdaram, tão transformado em valores e parâmetros.
A minha geração transformou o mundo, vibrou, se revoltou, criou as mais belas obras nas artes em geral, jamais igualadas até hoje.
Não podemos morrer assim, sem mais nem menos, não é?
Façam alguma coisa!
Assaltem um banco, pois os mais velhinhos não poderão ser condenados nem presos, inventem um clip que "bombe" no "You Tube", façam uma greve e digam que não darão nada de suas aposentadorias aos seus familiares dependentes, digam que aquele topete do Neymar é ridículo e coisa de gentinha que virou "novo-rico"!
Pelo amor de Deus gente!
Façam alguma coisa antes de morrerem!

9 comentários:

silvia disse...

HOMERO
O que deu em você foi Nostalgia, saudade de um tempo muito melhor, com boas músicas, bons filmes, como Woody Allen no Meia Noite em Paris. Ás vezes tiro o dia pra ouvir músicas de minha adolescência, que para mim são muito melhores que as de hoje. Uma questão de tempo. Sabe Homero o bom seria morrer quando ainda estivéssemos vivos. Vivos, atuantes e sem depender de ninguém.Nostalgia uma palavra bonita, como o tempo que a inspira. Um grande abraço.

m disse...

Homero, eu não preciso nem ouvir músicas da minha adolescência para pensar como voce. Lembro sempre, morro de saudades e algumas vezes até choro. Foi a época mais feliz de minha vida. Eu faria muitas coisas diferente e me arrependo de muitas sim. Gostaria de ter perdido menos tempo com situações sem a menor importância e me daria mais oportunidades. Qto a época atual, acho que no futuro nossos filhos pensarão a mesma coisa sobre a "época" deles. Cada geração é única e a de cada um será sempre a melhor.
Abraço!

mariana menezes disse...

Retificando a identidade acima: Mariana Menezes.

sol disse...

Boa tarde Homero,


Olha a coincidencia, dias desses, passei pela mesma experiencia, mas percebi o que desencadeou minhas lembranças, li em algum lugar, o nome da rua em que morei quando criança e agora com a internet, fiz um passei virtual pela dita cuja.

Impressionante, como nossas mentes guardam situações, cheiros e sons.
em minhas lembranças, minha rua era muito larga, tinha medo de atravessá-la e de repente descubro que não era nada disso, a igreja, que me parecia escura e profunda se mostrou tão pequena quanto uma capela.

O melhor, foi lembrar-me das pessoas,a vizinha apaixonada por Roberto Carlos,a que criava coelhos, uma outra que tinha sete filhos e nós tinhamos muito medo que um deles se transformasse em lobisomem, lendas de antigamente.

Guardo ainda, o cheiro dos pães da "mercearia", e o gosto do chiclete que não mais existe, das pessoas, sinto imensa saudade, pena, que tudo passe muito rápido.

Solange

Nininha disse...

Homero, é triste constatar que envelhecemos, se podemos dormir até mais tarde por não ser preciso mais trabalharmos fora, ao mesmo tempo, nos vem a lembrança do passado, comigo tb aconteceu, mas foi em sonho, sonhei com a casa de minha madrinha, que loucura, quem hoje fala em madrinha, ninguém, eu no sonho queria comprar a casa dela, não é uma loucura, doce por sinal, mas acredito que isso sejam saudades mesmo do nosso tempo, todos dizem que quem vive de passado é museu, mas sem ele não existiríamo. Sol, saudades de nossos papos sobre futebol, bj grande para vc e Homero.

Anita disse...

Homero
Eu também tenho estado nesse estado teu... e fico com a sensação de que é algo mais geral, sei lá, como se fosse uma coisa do tipo inconciente coletivo.
Tal vez, é perceber que o mundo do jeito que está, não presta. Em todo nivel.
Um abraço enorme, para tod@s aqui deste cantinho que resiste ao que é óbvio!

sol disse...

Olá Nininha, saudades , apesar de não comentar como antes, estou sempre por aqui, este blog é um vício, continuo a gostar de futebol e a torcer pelo Timão.

Solange

clarissa disse...

Imaginaaaaaaaa amigo, mas pelo menso a gente viveu intensamente.Mudando de saco para mala:
Estou te mandando um link de algo que achei na NET sobre um jogador de futebol americano que deixou um contrato milionario p ir lutar no Iraque e ia passar de "poster boy do Bush" para anti-war poster boy quando foi alegadamente morto pelos proprios US ( que estavam defendendo entre outras coisas, plantacoes de Opio)...babadoo

http://www.prisonplanet.com/articles/july2007/270707tillmanexecuted.htm

Regina Marchesi disse...

Aahh...Homero...depois de um longo tempo ausente do mundo virtual, eis que retorno e leio esse texto que expressa tudo que sinto.
Como toca fundo em mim esse tempo que se foi. Se fecho os olhos e relembro, posso até sentir o cheiro dos perfumes que se usavam naquela época. Só ouço músicas daquee tempo.
Vc relatou muito bem o que se passa dentro de mim: "é estranho nos sentirmos os mesmos de quando jovens mas olharmos no espelho e vermos que não é bem assim...."
E isso não significa não querer assumir a idade! ao contrário. Assumo numa boa os meus 57 anos. Mas minha alma é bem mais jovem.

Grande abraço e Deus te abençôe.