Ontem (terça), não postei por preguiça e cansaço mesmo. Dormir eu já nem durmo, desde que o número de cães atingiu os 15 e qualquer coisa ou movimento, eles entram em uníssono num estardalhaço infernal de ensurdecer qualquer um, uivando que nem lobos. Quando eram apenas 5, eu mesmo incentivava, subia no terraço ou no telhado e uivava, contagiando todos os cães da redondeza. Antes costumavam envenenar meus cães, não poupando nem os filhotes, atualmente parece que pararam, depois de terem exterminado mais de 20 com este recurso ignóbil e hediondo. Como ainda não chamaram a polícia, acho que devem estar fazendo alguma "mandinga" contra mim, desejando que eu morra e os cães me devorem,rsrsrs.
Pois ainda não dormi e houve mais brigas entre eles, me obrigando a interceder, porque as brigas pela dominância e ciúmes de mim, são muito ferozes, onde quem está perdendo é atacado por todos os demais, a ponto de morrer se eu não conseguir afastá-los. Dar conta dos meus compromissos de trabalho e ainda ter "inspiração" para postar, tendo de me levantar a todo instante, para controlar as traquinices deles, é algo muito difícil e não há poder de concentração que resista.
Já me acostumei a encontrar peças de vestuário, sapatos, meias , cuecas, tênis, tudo devidamente estraçalhado, espalhado pelo quintal e pomar. Por estes dias um deles estava tentando mastigar um "Bina" desativado e já olhava esquisito para o meu celular. Nunca mais consegui sair com uma roupa limpa, pois todos pulam desesperadamente em mim, por vezes me derrubando ou me deixando em situação vexaminosa, como quando eles arriaram meu moleton, enquanto eu atendia no portão o pessoal do supermercado entregando as compras. Velho, sem cueca, de moleton arriado, de dia, com sol a pino, é simplesmente trágico!
A sorte é que eu sou amigo de todo mundo e todos gostam muito de mim, acompanham minha história nessa cidade, por tudo que passei, desde o incêndio que destruiu quase toda a casa, minha extrema simplicidade de vida e minhas "esquisitices" existenciais.
Para vocês terem uma idéia, quando houve o incêndio, no qual perdemos tudo (quando eu ainda tinha companheira e enteado), os estudantes e moradores fizeram voluntariamente um mutirão de donativos (alimentos, roupas, utensílios, etc) , que eu redirecionei para pessoas mais necessitadas, porque, graças a Deus, tinha recursos para enfrentar a perda total dos bens e do imóvel. Teve gente que eu nunca tinha visto antes, que se arriscou e entrou comigo num ambiente de 1000 graus (temperatura estimada pelos bombeiros pela quantidade de material de acabamento volátil e equipamentos diversos, que havia comprado para o complemento da obra), com materiais inflamáveis explodindo, tentando salvar coisas, arriscando a própria vida. Depois soube que um deles, o mais corajoso, que veio correndo e pulou o muro para ajudar, era noivo de uma menina, neta do dono de um mercado aqui perto, que morava duas ruas acima e viu as chamas de mais de 15 metros de altura.
Depois me perguntem se eu me arrependi de ter abandonado minha terrinha natal, o Rio de Janeiro para vir morar na terra de minha ex-companheira, que morava no Rio mas é paulista, para ouvirem minha resposta?
Claro que não me arrependo de nada.
Ela agora reside novamente no Rio, deixou de ser professora para virar empresária do ramo dietético, com loja, etc e tal e eu...bem...eu tenho vocês, os blogs e o meu trabalho, o único pequeno probleminha, é que aqui está parecido com aquelas cenas do filme "Ben" , o das ratazanas, cuja música foi sucesso na voz do Michael Jackson. Lembram da parte que as pessoas teriam de passar por um mar de ratazanas nas galerias do metrô para escaparem? É mais ou menos assim que eu me sinto a cada passo que tento dar dentro de casa, porque meus cães não ficam no lugar deles, ficam atrás, entre as pernas, pulando em mim, ou na minha frente, onde quer que eu esteja e me seguem a qualquer movimento meu. "Relação simbiótica". Afff!
"Moletons arriados" a parte, "a gente sofre mas é feliz".
10 comentários:
Sua vida é uma grande aventura, não sei como conseguiu, mas encontrou uma ótima maneira de encarar as adversidades, bom humor.
Sabemos, que as tragédias, sempre despertam solidariedade, mesmo aqui em São Paulo, cidade considerada fria e dura, não é diferente, mas, seria impossível manter quinze ou vinte cães, sem um vizinho lhe azucrinando ou lhe ameaçando com processos.
Aliás, pelos seus relatos, não é voce que possui os cães, são eles que te possuem, parabéns, por ter amigos tão fiéis e leais.
Solange
SOL.
Acertou "na bucha"!
"Eles" é que me "possuem". Afff!
Mas você sabe que o meu bom humor resiste a qualquer tragédia como lhe contei em nossa recente conversa, quando comentei sobre este episódio do incêndio e como eu me comportei, causando espanto em todos pela minha reação inesperada e "non sense" de "humor negro".
Voce não existe! está falando de como ficou preocupado com a televisão, mesmo com a casa cheia de água e com tudo destruído?
Achei isto o ápice do despojamento, tenho certeza , que eu não teria o mesmo comportamento, primeiro, choraria até me desmanchar e só no dia seguinte, veria o tamanho do estrago.
Solange
SOL.
Complementando...se eu doar meus cães (aai, ai, ai se isso seria possível para mim) poderei ir para São paulo fazer um show de "stand up" concorrendo com o S. Mallandro e Nanny People, fora os milhares e outros.
Será que alguém pagaria para me assistir contando "causos" hilários de minha vida esquisita?
Pelo menos o aluguel do teatro...minha passagem e hotel...algum trocadinho para um pastel coreano...aceito passe do metrô...pensando bem...melhor ficar por aqui mesmo...
"Glú-Glú" "Yeah Yeah"!
Velhice é um fato...
KKKK.
Que é isto?, se são capazes de rir com Sergio Mallandro e Nany People, com voce, se desmanchariam de rir, dou-lhe minha palavra!
Mas, para o seu proprio bem, evite os pastéis coreanos, a culinária na cidade, é farta e muito mais higiênica.
Solange
Agora vou me despedir, já estou caindo pelas tabelas, e voce, tente dormir mais do que duas horas, delete a barulheira dos cães, já pensou nos benefícios de tampões nos ouvidos? quando tocam funk ou forrô aqui, proximo a minha casa, funciona, que é uma maravilha.
Solange
SOL.
É que televisão estava boiando numa das suites por causa da água dos bombeiros e parecia um "chuchu" ( este é o certo de se escrever; "chuchu (Sechium edule)") de tão retorcida e derretida, que ninguém imaginava , somente eu, que pudesse ainda funcionar e funcionou, quando eu a liguei, contestando todo mundo, que achava que eu estava doido em me preocupar em não dormir na edícula dos fundos, no chão, com os cachorros, sem um filminho para relaxar. Rsrsrs
Poderiamos ter ido para um hotel, ou casas de parentes além de outra de propriedade de minha ex-companheira onde residiam seus pais, mas a casa ficaria vulnerável a saques do que sobrou de valor. Algumas fitas de vídeo familiar e os animais, pois nem escovas de dente sobraram, rsrsrs. De resto, as roupas se "desintegraram", desmanchavam nas mãos, equipamentos caríssimos de fotografia, filmagem, eletroeletrônicos em geral, computador, câmera profissional, foi um horror, mas o que mais me chocou, apesar de ter conseguido salvar a maioria principal dos bichos me atirando lá dentro, no porão pela janelinha , onde haviam bichos, como pude, para resgatá-los, foi não ter podido salvar 4 filhotes, gatinhos recém nascidos de uma das gatas, que foram sacrificados, sem eu saber, pelos bombeiros,porque estavam estrebuchando queimados, para que eu não me estressasse com a situação, pois feri minhas mãos com queimaduras e estava preocupado em recolher o que pudesse.
Como lhe falei, minha resposta aos bombeiros foi; "no momento não me lembro do meu RG nem CIC, mas que precisava trocar mesmo de computador, vídeo e TV."
Ai comecei a rir muito, quando a TV funcionou cheia d'água e retorcida, que nem chuchu de feira!
Até hoje o chefe dos bombeiros (Donizette) se lembra de mim e de como ele disse que "eu fui totalmente louco, ao me arriscar sem nenhum equipamento de segurança, nem luvas e entrar naquele caldeirão de chamas antes deles". Nenhum deles conseguiu me tirar, mesmo com as minhas mãos grudadas, queimadas de pegar vigas de madeira em chamas. Era a minha casa,construída com o meu suor e lágrimas, meus bichos, que estavam ali, sendo ameaçados e destruídos!Não tive medo de enfrentar 4 meliantes armados no Rio de Janeiro um assalto e levei um tiro nas costas, que quase me deixou tetraplégico, não teria, portanto, em tentar salvar o que pudesse do que construi, desde a planta e projeto que são meus, além de meus bichos, é claro.
Boa tarde Homero,
Acabei me esquecendo, de lhe perguntar, se viu a estréia de Sansão e Dalila.
Fiquei espantada, com os números desta minissérie, é muita grana!, mas, preferi assistir O Divã.
Vi algumas chamadas e achei o Sansão bastante interessante, mas a Dalila, poxa! podiam ter escolhido uma atriz; mais, mais se é que me entende, Mel Lisboa, será uma eterna Anita.
Confesso, que tenho resistencia a assistir qualquer coisa, que já conheço o final, me recordo, que assisti Romeu e Julieta, quando tinha uns doze anos, aí que raiva senti de Shakespeare! imagine, acompanhar uma es(his)tória, sabendo, que a "mocinha" trairá o mocinho e em consequencia disto, o levará a morte?, melhor seria, se contassem a es(his)tória de José e Maria, pelo menos sabemos, que viveram por boa causa.
Solange
Putz!que loucura Homero!
"Menino", adooooro seu blog e fiquei feliz pela sua história de desapego as coisas materias... afinal ficarao mesmo para trás de uma forma ou de outra... acho que nao faria piada, mas se todos os seres vivos (4) que ocupam minha casinha escapassem nao ligaria tb. Ri tb dos seus micos... aff... tenho um cachorro muito lindo, um vira-lata fofao que é muito atrapalhado e tal... apronta mil... mas gracas a Deus isso ele "ainda" nao fez....rss. Bom, um Ano Novo cheio de latidos, saúde, paz, $$$, Deus... certeiras previsoes e tuuuuuudo mais de "bao" pra vc!!!!
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