domingo, 12 de setembro de 2010

O que dizer?

Falta-me a inspiração para postar algo útil ou de importância diante de uma realidade tão hostil com a qual devo conviver e me adaptar como puder e for possível.
Dizer o que?
Prefiro me reportar a tempos históricos de um passado remoto, quando os que praticavam a violência vestiam fardas e lutavam em guerras, enquanto as cidades eram tranquilas, compositores tinham suas "musas", poetas morriam de amor, mulheres eram respeitadas porque se faziam respeitar, o romantismo imperava, elevando os espíritos, abrandando os hormônios e instintos primários, crianças eram apenas e tão somente crianças, infantis, inocentes, com roupas adequadas e não faziam "boquetes" em banheiros de escolas nem usavam aquelas "pulseirinhas de sexo roubado", que permitem tudo para quem as romper até sexo anal sem lubrificante.
Esta talvez seja a principal razão do sucesso da novela "Escrito nas Estrelas" que resgatou valores do passado como um romantismo puro e divino, enquanto cercado pela bizarra realidade brasileira, hedonista, sexualizada e consumista ao extremo.
Aposto que muitos verteram lágrimas, sem saberem bem a razão ou causa de terem se sensibilizado tanto diante das cenas de "reencontro amoroso" entre o Ricardo e a Viviane, pois isto se deve a lembranças e memórias atávicas que temos em nosso subconsciente, que poderão ou não serem explicadas por reencarnações ou o que mais. em termos de herança genética.
O fato é que gostamos MUITO e precisamos disso em nossas vidas, do sonho puro de um reencontro, de uma felicidade sentimental, de uma realização pessoal, fora do tempo e de nossa realidade grosseira e meio, com que somos obrigados a conviver e resistir a cada dia , para não perdermos nossas esperanças de um dia podermos ter a nossa felicidade merecida.
Temos de resistir SIM e fazermos de nosso cotidiano um exercício de resistência, contra tudo que é maléfico e tentam nos impingir como "novos padrões e valores", a anormalidade como normalidade , o susto pela violência como natural, a falta de respeito próprio e vulgarização como "evolução social" e tudo mais.
Que se dane a nossa realidade!
Precisamos sonhar e amar, o mais profundamente possível!
O romantismo puro, enaltece e eleva os homens e as mulheres.

8 comentários:

Anônimo disse...

Homero, lindoooooooo o que vc escreveu!!!! Cara, parece que tem alma, coração, cor, luz, átomos, veias, sangue pulsando!!!


Posso postar seu maraVILHOSO texto em meu blog??? Lógico e certo que darei OS seus devidos créditos.

Selena, THE-PI

Sol disse...

O que seria de nós sem os sonhos?, nossa realidade antes dura e difícil agora, também apodreceu, vixe! são tantas coisas ruins acontecendo ao mesmo tempo, que se não nos permitirmos voar, mesmo que por alguns minutos,tudo ficaria insuportável.

A inocencia, se foi ainda no ventre, hoje, as crianças já nascem programas para enfrentar disputas e competições, sendo assim, não há tempo para descobertas, a malícia faz parte do kit sobrevivencia, esta é, a realidade dos tempos modernos.

Solange

Marcia disse...

Homero,

Seu texto é perfeito, estamos perdendo nossos valores. Num dialogo com uma amiga minha, eu falei que a novela retrata a realidade, ela argumentou que não, pois quem escreve as novelas seria um escritor e doir ou três colaboradores, então estão nos impondondo uma doutrina, uma cartilha que devemos seguir cegamente, sem questionar, e quem ousa falar contra é perseguido. Por isso que te admiro, pena que sua opinião é só na internet, gostaria que vc aparecesse nos jornais, radio e televisao.

Abraços,

Marcia

Homero Moutinho Filho disse...

Selena.

Claro que pode.

Anônimo disse...

Adorei o texto Homero. Lindo demais!!!

Elaine Santana

Anônimo disse...

Eu não existo sem você
Vinícius de Moraes e Tom Jobim


Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor só é bem grande se for triste

Por isso, meu amor, não tenha medo de sofrer
Pois todos os caminhos me encaminham prá você
Assim como o oceano só é belo com o luar
Assim como a canção só tem razão se se cantar

Assim como uma nuvem só acontece se chover
Assim como o poeta só é grande se sofrer
Assim como viver sem ter amor não é viver
Não há você sem mim, eu não existo sem você.

Anônimo disse...

Olá Homero.

Saindo de um torpor de fim de semana e lendo seu lindo texto, só comprovo o que vejo ao meu redor.

O romantismo, para os jovens de hj, está fora de moda.

Pulam as melhores etapas de uma conquista, como a paquera, o conhecimento mútuo, o toque prazeroso, o beijo gostoso e partem logo para o sexo, deixando-os vazios e com muitas interrogações.

Por isso as relações afetivas são tão descartáveis nos tempos atuais. Espero que com a chegada ao fundo do poço, retomem os velhos e bons modos de se amarem.

Boa semana a todos,

Andréa

Andrea - Andy disse...

Oi Homero!
Hoje passei por aqui para me atualizar depois de um tempo afastada e me deparo com esse texto maravilhoso. Eu não acompanho está novela todos os dias mas o pouco que vi, me prendeu por vários minutos. Realmente, ela é especial.

Eu te pergunto: onde ficou o romantismo? Em que lugar ele foi abandonado? Não existe mais pessoas de conteúdo, não existe mais lógica pra nada; falta mesmo é essencialidade... Aos 36 anos de idade, hoje, vejo que o romantismo, e as relações humanas e o respeito pelo outro estão plastificados, como a foto de um documento, sem expressão, sem emoção...Sem nada! É preferível viver num mundo do faz-de-conta dos livros, filmes, novelas, e fazermos de conta que ainda podemos ser felizes assim, e que entendemos e sabemos de tudo. Prefiro ficar sonhando com os valores do passado, com um mundo virtual e irreal na tela do meu computador, ou ao ler poemas ou à frente da TV.

Que eu me permita jamais perder o meu romantismo! Essa é a minha escolha mesmo sabendo que o futuro que nos espera me deixe tão pessimista.

Beijos cheio de carinho,

Andy Saint'Clair.