quarta-feira, 16 de abril de 2008

"Ele" matou Isabella? (Parte 4)



-Seria este um caso parecido com o da menina “Madeleine”?
Pela idade e número de filhos sim, porém, neste há uma vítima de homicídio com agravantes e o seu cadáver.
O casal inglês foi mais inteligente, sumiu com o corpo , pois, sem cadáver, não há crime.
-Todo crime tem um motivo concreto, algum interesse ou desejo de vingança.
Crimes sem motivos aparentes, geralmente ocorrem por descontrole emocional, embriagues, drogas, ou explosões passionais.
-O próprio casal declarou que não tem inimigos. Então qual seria a motivação de um “hipotético” estranho entrar no apartamento e matar a menina, tendo o cuidado de cortar a tela, num mínimo espaço de tempo, caso fosse verdade o depoimento do pai que disse ter descido para buscar as outras crianças?
-Para que abrir um buraco na tela, se o objetivo era somente matá-la? Sim, porque para outro tipo de coisa, como um estupro, não daria tempo. Cortar a tela seria uma prova da sua presença no apartamento. Um criminoso jamais faria isto. Deixaria o corpo da menina lá jogado na sala ou quarto e a culpa recairia sobre os pais.
-Portanto, a tela é um indício fortíssimo da necessidade, por parte do casal, de forjarem uma invasão, acreditando que ninguém poderia imaginar que eles cometeriam a crueldade de jogarem a filha e enteada pela janela. Uma vez cometido o crime, premeditadamente ou não, se dissessem que alguém invadiu o apartamento e eles encontraram a menina esganada morta, não teria o mesmo impacto dramático de uma criança lançada pela janela. Seria muito mais fácil convencerem as pessoas que eles jamais fariam tal coisa e só poderia ser obra de um terceiro elemento assassino.
-Alguém já viu algum pai ou mãe, que, ao ver uma filha morta , ou entre a vida e a morte, não tenha se atirado sobre o corpo dela em prantos, desesperado?
-É normal o fato da madrasta não ter se aproximado do corpo e ter ficado do outro lado da rua gritando palavrões, enquanto o pai, sem lágrimas nos olhos apontava para o apartamento para uma das pessoas ali presentes, dizendo que foi assaltado?
-Seria natural, um pai, ao ouvir de outra pessoa presente, que se agachou e disse que Isabella ainda respirava, somente se aproximar, sem tocá-la, chamando-a pelo nome?
-O que acham de um pai e madrasta, que, ao invés de chamarem o socorro do Resgate, telefonam para os pais e irmã?
-Duas coisas me intrigam, apesar de já ter descrito como, mais ou menos, tudo ocorreu e quem matou Isabella, apoiando minhas sensações e visão “psicométrica” , sobre a foto da menina, em minha formação acadêmica em Direito e estudos de Direito Penal e Criminologia, que me valeram um convite e bolsa da Universidade de Yale nos E.U.A, educadamente recusados por mim, perante o enviado norte-americano, por não concordar com o universo de mentiras e falta de escrúpulos que um advogado criminalista tem de absorver e encarnar, com a maior frieza.
Só me restaria retornar ao Brasil e tentar um concurso, ser professor, ou diretor de presídio.
Fui morar lá logo após, mas com meu dinheiro e fazer outra coisa, exercer outra atividade profissional que gostava mais.
Triste realidade desta profissão, onde o juramento de formatura obriga os formandos a jurarem que seus clientes têm sempre razão, mesmo que mintam.
-A primeira coisa que julgo ser estranha, é a trilha de vestígios de pingos de sangue, com espaço de um metro e altura do impacto no chão também de um metro. Embora não tenha informações nem acesso ao que a Perícia analisa, penso ser precipitada a dedução de que foram deixadas por alguém carregando Isabella.
Ora, tanto faz um adulto carregando uma criança, cujo corpo esteja à altura do seu estômago como a própria criança correndo em desespero, semi-inclinada, com um corte na testa pingando sangue.
Portanto, é precipitada esta conclusão, porque também não sabem determinar se começou na porta de entrada do apartamento ou no quarto dos meninos. O único meio viável, seria o de procurar a direção de marcas dos solados de sapatos, caso existam.
-A segunda diz respeito ao que o casal do prédio em frente, que acompanhou tudo disse, sobre ter escutado gritos de “pai, pai, pai, pára!”, que depois foram diminuindo em volume em direção ao interior do apartamento, antes da menina ser lançada.
Teria o pai tentado fazer passar o corpo naquele estreito buraco da tela e ferido a testa da criança, que começou a gritar e ele, apavorado, puxou-a de volta, levando-a até a sala?
Sim porque, entre o ferimento e o fluxo de sangue suficiente para “pingar”, ocorreria um lapso de tempo de mais ou menos uns 30 segundos, o suficiente para ele puxar a menina e levá-la em direção à sala.
-Será que, frustrada sua tentativa de atirá-la viva , por receio que aparecessem vizinhos nas janelas, atraídos pelos gritos, ele teria resolvido esganá-la para que parasse de berrar?
-Estanhei mais ainda o fato destes vizinhos, que contradisseram as alegações do casal e fizeram questão de testemunhar que houve uma violenta discussão antes da queda, com muitos palavrões proferidos pela madrasta, terem, em depoimento, dito que os gritos de “pai, pai, pai, pára!”, pareciam “confiantes” por parte da menina.
Fico me perguntando o que seriam “gritos confiantes”?
Ora meu Deus!
Uma criança confia no pai, mesmo se ele a segura do lado de fora de uma janela, pensando ser uma brincadeira! Se estava “confiante”, por que gritava; “pára!” ?
-Quem são estas pessoas, o pai e a madrasta? Sobre a madrasta parece que também tem diploma superior ou conheceu Alexandre enquanto ele estudava ainda e é bancária. Deve ser a única com salário ,pois ele se diz “consultor jurídico”, mas nem o exame da Ordem dos Advogados fez, não tendo, portanto registro, muito menos carteira de advogado.
-Logo, mais uma mentira. Os apartamentos foram comprados pelo seu pai que o ajuda até hoje.
Para ser um “consultor jurídico” é necessária uma ampla e longa experiência além de títulos na vida profissional.
-Este Alexandre é uma “mentira ambulante”, tem problemas de ausência de afetividade, segundo depoimentos de ex-colegas estudantes, que disseram que ele não fazia amizades que significassem qualquer convívio fora da universidade, casou sem condições financeiras, teve uma filha, separando-se logo depois e fez mais dois filhos num segundo relacionamento, mesmo sem recursos próprios.
Seu “escudo protetor” é a família, sendo o pai e a irmã, figuras de forte influência sobre ele.
-Ele mesmo declarou ;”estar com problemas”. Imagino quais sejam para uma pessoa que, conforme outros testemunhos, gosta de demonstrar “poder”, estar dependente e fragilizado como “provedor” da casa, forçado a um vínculo com o passado que é a sua ex-mulher e por tabela , uma filha a quem tem que pagar pensão.
-Detesto pré-julgamentos, porém, neste caso, pela impossibilidade técnica de um terceiro elemento ter praticado todos os atos num curtíssimo espaço de tempo e, pelo fato de testemunhas terem visto o casal subir junto com as crianças, não há saída ou outra explicação plausível. O único capaz de suportar com os braços estendidos o peso do corpo de Isabella e arremessá-la, é o pai!
-Nenhuma testemunha, em sã consciência, teria o interesse em “desmontar” a versão do pai! Qual o interesse em se arriscar por nada, a não ser a indignação e necessidade de falar a verdade, buscando a justiça?
-A carótida de Isabella foi quase destruída, indicando esganamento ou estrangulamento, quando os polegares de ambas as mãos, pressionam o centro do pescoço!
-Um casal que não chorou e nem chora, apenas simulou desespero,os dois nem se olham, sentam-se separados e distantes, no mínimo é bastante suspeito!

PS: enfim a mãe de Isabella prestou depoimento confessando o que antes negava. Que sua filha freqüentemente retornava das visitas ao pai com marcas de mordidas, hematomas e manchas arroxeadas!
Por que se absteve até agora de dizer isto e preferiu até negar qualquer possibilidade de culpa do casal, dizendo terem uma relação boa com Isabella?
Agora sim, revelou que acredita que ambos tenham algum envolvimento na morte de sua filha? Será medo?